Canoinhas sediou encontro regional com agricultores, lideranças públicas e privadas da cadeira produtiva
Canoinhas sediou nesta semana encontro regional sobre a revisão da data estipulada pelo Ministério da Agricultura para o plantio da soja na próxima safra. Portaria do MAPA definiu para 29 de dezembro o prazo máximo de semeadura em Santa Catarina. A medida, no entanto, trará prejuízos aos produtores rurais. A cadeia produtiva argumenta que é possível, sim, prorrogar o prazo.
“Realmente a gente precisa ter a extensão deste prazo de plantio porque o agricultor já teve um planejamento prévio da sua atividade para o ano. A sua rotação de cultura já estava definida, o seu planejamento de insumos e, também, conforme o próprio parecer das entidades de defesa sanitária colocaram, não há eminência de um problema sanitário maior mesmo com relação à ferrugem da soja dentro deste período proposto. Nós continuamos mantendo o vazio sanitário sem maiores problemas”, argumenta o engenheiro agrônomo da Epagri, Donato João Noernberg.
Participaram do encontro produtores rurais, representantes dos governos municipais locais e de diversas entidades públicas e privadas da região.
Uma moção de apoio ao parecer técnico dos órgãos de fiscalização sanitária do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná foi aprovada. “Nós, pela Amplanorte, vamos entregar a todos os deputados estaduais e federais e pessoalmente vamos a Brasília entregar ao Ministério da Agricultura em apoio ao nosso agricultor para que a gente amplie o prazo de semeadura da soja para 10 de fevereiro para Santa Catarina”, garante a prefeita de Canoinhas, Juliana Maciel.
Produtores rurais argumentam que proibir o plantio de soja após 29 de dezembro vai inviabilizar a segunda safra: “é a única janela que a gente tem para fazer safrinha aqui no Planalto Norte de Santa Catarina. A gente precisa plantar o feijão no final de setembro até o início de outubro pra gente conseguir colher na primeira semana de janeiro. Até você faz duas safras de feijão, mas isso vai prejudicar o aumento de doença e de custo”, pontua Jeferson Crestani.
Autoridades regionais também aderiram ao movimento. Prefeito de Papanduva, Jeferson Chupel, classificou como “impossível” este período de semeadura para a região:
“Papanduva não poderia ficar de fora até pelo desenvolvimento econômico. Em Papanduva hoje nós temos cerca de 3.900 hectares de fumo, 500 hectares de soja, 800 de feijão e isso vai impactar na economia do nosso município, no bolso dos nossos agricultores. Por isso Papanduva não poderia ficar de fora e apoiar esta causa do Município de Canoinhas e da prefeita Juliana que fez frente a este projeto”.
Mafra esteve representada por Nereu Carvalho, secretário de agricultura de Mafra: “nosso município produz muita soja e seremos muito prejudicados. É muito importante esta segunda safrinha para os nossos agricultores”.
O secretário de Agricultura, desenvolvimento econômico e sustentabilidade de Irineópolis, Edson Marcos Chaves, lembra o quanto as pequenas propriedades do município serão afetadas: “cada vez a gente vê mais a evasão dos filhos dos agricultores indo embora pra outras cidades e a gente cada vez mais precisa utilizar estas áreas de terra para manter o filho do agricultor no campo. E o plantio safrinha e principalmente da soja tem nos mostrado bons resultados e dá um giro na economia do município, fortalece o comércio”.
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