
Hospital de Canoinhas aplica antídoto contra veneno de cobra em recém-nascidos por engano

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Pelo menos 11 bebês receberam, na semana passada, no Hospital Santa Cruz de Canoinhas (HSCC), antídoto para veneno de cobra — o soro antibotrópico — em vez da vacina contra hepatite B. As crianças estão sendo acompanhadas pela equipe médica e, até o momento, não foram detectados efeitos colaterais.
A Secretaria de Saúde de Canoinhas comunicou nesta segunda-feira (14), por meio da Regional de Saúde de Mafra, que o erro ocorreu entre os dias 9 e 11 de julho no HSCC. Segundo a Regional, todas as famílias foram informadas sobre o ocorrido, e os recém-nascidos passarão a ser monitorados pela Vigilância Epidemiológica do município.
A secretaria reforçou que a aplicação das vacinas é responsabilidade do hospital, não do município, e destacou que o erro aconteceu dentro da maternidade do HSCC. “A partir da notificação, faremos o monitoramento para garantir total segurança e oferecer suporte técnico às famílias”, afirmou a nota.
Na noite desta segunda, a direção do Hospital Santa Cruz, por meio do advogado Renato Mattar Cepeda, confirmou a ocorrência e informou que uma sindicância interna está em andamento para apurar o caso. Segundo o hospital, todas as medidas de assistência foram tomadas, e os bebês seguem estáveis, sem internação, sob acompanhamento contínuo da equipe multidisciplinar.
O HSCC ainda destacou o compromisso com a transparência e segurança dos pacientes, garantindo que todas as providências estão sendo tomadas para esclarecer o ocorrido.
A reportagem tentou contato com pediatras do hospital para entender os possíveis efeitos do antídoto em recém-nascidos, mas não obteve resposta.
Possíveis efeitos do soro antibotrópico
Conforme o Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos do Ministério da Saúde (2022) e nota técnica da Anvisa, o soro antibotrópico pode causar reações como dificuldade para respirar, broncoespasmo, urticária e queda de pressão em casos graves. Em reações leves, são comuns urticária, angioedema, coceira, febre, calafrios e náuseas. O risco dessas reações é maior em bebês, devido à imaturidade do sistema imunológico.
Até o momento, o hospital afirma que nenhum dos 11 recém-nascidos apresentou qualquer efeito adverso.
Com informações: Jmais
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