Exposição Alumbramento abre Festival Latinidades em Brasília

Por Daniella Almeida - Repórter da Agência Brasil

Exposição Alumbramento abre Festival Latinidades em Brasília

A exposição Alumbramento, instalada no Museu Nacional da República, no centro de Brasília, deu a largada, nesta quarta-feira (23), para as inúmeras atividades do 18º Festival Latinidades até o próximo dia 31.

A galeria de obras de 25 artistas negros e indígenas das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil compõem uma espécie de cartografia plural.

Jaqueline Fernandes convida o público a viver a arte como ritual - Ester Cruz/Divulgação

A fundadora do Festival Latinidades e diretora do Instituto Afrolatinas, Jaqueline Fernandes, disse à Agência Brasil que a exposição Alumbramento convida o público a viver a arte como ritual, memória e fé até 24 de agosto.

Alumbramento é uma exposição que propõe uma travessia sensível pelo escuro fértil da criação artística, detalha.

Na entrada da sala, o visitante se depara com a escuridão como se fosse o momento que precede o nascer de tudo e de todos. Não como vácuo, mas como matriz de todas as possibilidades. Nessa perspectiva, cada obra apresentada é um fragmento de universos em expansão, ecoando a explosão criativa que nos constitui, diz o texto que apresenta a exposição ao público, contextualizando as obras como férteis, na visão da curadora Nathalia Grilo.

Todo pintado em azul, o espaço tem as obras sensoriais dispostas sem divisórias, porém, organizadas em quatro ciclos solares correspondentes às fases da existência, na visão de mundo físico e espiritual Bantu Dikenga: a primeira na zona Musôni, dedicada ao invisível e ao renascimento; Kala, espaço da aurora e da origem; Tukula, representando a plenitude. Por fim, Luvemba, território do oculto e do recomeço.

Na abertura da exposição, na manhã de hoje, a pesquisadora Nathalia Grilo relatou o processo de escolha dos autores, que muitas vezes, são jovens e ela não os conhece no mercado das artes ou estão fora do circuito institucional. Eu não conheço, necessariamente, os processos dentro do atelier. Mas as obras comunicam para mim esse compromisso com o fazer cotidiano, com viver em estado de arte. A gente está o tempo todo aberto para esses estados de maravilhamento.