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Amigos, parentes e músicos se despedem de Hermeto Pascoal (Fotos: Agência Brasil)
Amigos, familiares e músicos deram o último adeus ao compositor e multi-instrumentista Hermeto Pascoal, nesta segunda-feira (15), na Areninha Cultural que leva o nome do artista, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro.
A cerimônia segue aberta ao público até as 21h.
O local fica perto do bairro Jabour, para onde o músico se mudou quando foi morar na capital fluminense e onde viveu boa parte da vida. A escolha foi um pedido do próprio artista.
Caldeirão de sonoridades
Para o filho do músico, Fábio Pascoal, a alcunha de bruxo dada a seu pai faz todo o sentido, porque o som que ele fazia era como um caldeirão multissensorial e repleto de sonoridades.
Desde os 10 anos, pegava lá as sobras de ferro do avô dele no caso, meu bisavô que era ferreiro e tirava som. Então, ele pegava uma folha, tirava som. Pegava um uma coisa de mamona, fazia uma flauta. Pegava uma chaleira, tocava um copo com água. Teve uma jornalista que apelidou ele como bruxo por conta disso, do alquimismo, aquele cara que joga tudo naquele caldeirão. A música dele é eterna, né?, disse.
Identidade e brasilidade
Já para a compositora, multi-instrumentista e arranjadora Carol Panesi, que tocou com Hermeto Pascoal, ele era um "ser iluminado e de um valor universal".
Uma das pessoas mais generosas que eu conheço, acho que o mundo conhece, criativo, livre, autêntico, imprevisível, incrível. Ele é imortal e o legado dele realmente é infinito. Tanto de preceitos filosóficos e musicais, dessa música universal, livre, sem preconceito, com identidade, com brasilidade, com tantos elementos tão importantes que ele conseguiu reunir e com pensamentos, com essa coisa de não premeditar, da intuição acima de tudo.
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