O secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Maurício Lyrio, fez um balanço positivo das adesões, até o momento, à iniciativa do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). Lançado oficialmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o primeiro dia da Cúpula do Clima, em Belém, o fundo já conta com um aporte inicial de US$ 5,5 bilhões.

O evento antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada de 10 a 21 de novembro, também na capital paraense. O secretário é o líder das negociações brasileiras na COP30.

O balanço é muito positivo, porque, na verdade, tivemos ontem o primeiro dia de discussão efetiva do TFFF. Lançamos a declaração do TFFF com apoio de 53 países e hoje já são 55 países, já com aportes financeiros consideráveis, avaliou nesta sexta-feira (7) o embaixador após conceder entrevista ao CanalGov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Ontem (6), a Noruega se comprometeu com US$ 3 bilhões para os próximos dez anos; a Indonésia vai aportar US$ 1 bilhão. A França indicou que poderá investir até US$ 577 milhões até 2030. Já Portugal anunciou um aporte de US$ 1 milhão. O Brasil anunciou o aporte de US$ 1 bilhão.

Na tarde desta sexta-feira, o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, confirmou que o país vai investir um valor considerável, mas não especificou uma quantia. O anúncio da participação do país europeu foi feito após a reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Hoje, o chanceler alemão, Merz, anunciou que a Alemanha fará o que ele disse ser uma contribuição muito financeira considerável para o TFFF e ele repetiu: 'considerável de acordo com os padrões alemães' é isso parece ser uma belíssima notícia para que fortaleçamos o TFFF, acrescentou Lyrio.

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Mais cedo, durante entrevista coletiva, o chanceler alemão disse que a definição dos valores depende ainda de ajustes que serão feitos em conjunto com o Ministério da Fazenda do país.

Existe a expectativa que o anúncio possa ser feito nos próximos dias, mas, segundo o chanceler, poderá demorar um pouco mais.

Merz ressaltou ainda que já há um consenso avançado sobre a contribuição, mas que o anúncio depende ainda de análises sobre o fundo e de ajustes junto a membros do governo.

O TFFF vai combinar investimento público e privado e prevê que os recursos sejam repassados a países com florestas tropicais para que trabalhem pela preservação dessas áreas.

Ao todo, 34 países com florestas tropicais endossaram a Declaração do TFFF. Juntos, eles cobrem quase 90% das florestas tropicais em países em desenvolvimento, incluindo Indonésia, República Democrática do Congo e China.

Na segunda-feira (3), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil estabeleceu como meta a captação de US$ 10 bilhões em investimentos públicos dos países para o TFF até o final de 2026, ainda durante a presidência do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes). Segundo Haddad, a nova ferramenta financeira inova por combinar recursos públicos e privados na forma de investimento, e não de doação.

O objetivo brasileiro, como disse o ministro Haddad é chegar a US$ 10 bilhões em um ano e já começamos com um patamar muito significativo, finalizou o embaixador.

COP30

Na segunda-feira, tem início as negociações da COP 30. O embaixador já destacou anteriormente que o Brasil possui credenciais reconhecidas na área climática e que está trabalhando para que as decisões tomadas na conferência se tornem ações efetivas no enfrentamento à mudança do clima.

O progresso do país na transição energética e na preservação de suas florestas também é destaque do país nas negociações internacionais em torno das definições das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês).

As NDCs são metas de mitigação, ou seja, compromissos adotados pelos países para redução de emissões de gases de efeito estufa. O Brasil se comprometeu a reduzir entre 59% e 67% suas emissões até 2035, abrangendo todos os gases de efeito estufa e todos os setores da economia. Até o momento, já divulgaram suas NDCs 78 países, responsáveis por 63% das emissões de gases do efeito estufa. A expectativa é que o número de nações aumente substancialmente durante a conferência.

Faltam entregar as NDCs 119 países, responsáveis por 37% das emissões de gases do efeito estufa.

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