Fundo de Perdas e Danos abre US$ 250 milhões em pedidos de proposta
A diretora executiva da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), Ana Toni, anunciou nesta segunda-feira (10) que a primeira rodada de financiamento do Fundo de Perdas e Danos abriu US$ 250 milhões em pedidos de propostas para projetos.
Criado durante a COP28, em Dubai, o fundo é voltado para o financiamento de projetos para recuperar os estragos causados pela crise climática.
Durante entrevista coletiva, Ana Toni disse que o início da operação do fundo é uma conquista já no primeiro dia de negociações da conferência, em Belém.
Segundo ela, o anúncio reforça o caráter de implementar propostas que busquem soluções na ponta, para mitigação e adaptação da crise climática.
Temos uma grande notícia a respeito, um fundo feito recentemente na COP28 que começou a operar. Eles fizeram 250 chamados para propostas e isso mostra como esse fundo, criado dois anos atrás, pode começar a implementar propostas para projetos, disse.
O mais importante é a acelerar pedidos de projetos e o financiamento de projetos para chegar na ponta, acrescentou.
O documento que cria o fundo diz que o financiamento será direcionado para desafios associados aos efeitos adversos das alterações climáticas, tais como emergências relacionadas com o clima, subida do nível do mar, deslocamento, relocação, migração, informações e dados climáticos insuficientes e a necessidade para a reconstrução e recuperação resilientes às alterações climáticas.
A criação do fundo foi determinada na COP27 que ocorreu no Egito, em 2022. Somente em 2023, ele começou a receber doações voluntárias de países como Japão, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Alemanha que somaram US$ 420 milhões.
O fundo no Banco Mundial é administrado por um conselho formado por 26 membros, sendo 12 de países desenvolvidos e 14 de países pobres ou emergentes.
A gente tem conversado com o secretário-geral do fundo, ele está falando com muitos países e tem perspectivas de ter mais aportes, acrescentou Ana.
Aportes
Mais cedo, Ana Toni também anunciou aportes para os Fundos de Investimento Climático (CIF) que receberão inicialmente US$ 100 milhões da Alemanha e Espanha para o programa de investimentos Arise (Acelerando Investimentos em Resiliência e Inovações para Economias Sustentáveis), iniciativa lançada em outubro. O governo alemão contribuiu com US$ 63,25 milhões e o espanhol com US$ 36,8 milhões.
Este é exatamente o tipo de exemplo que queríamos desta COP: que fosse uma COP da implementação, que fortalecesse o multilateralismo e que mostrasse como as pessoas podem ser impactadas positivamente por essa transição energética, destacou a diretora executiva.
