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Exposição mostra achados arqueológicos sobre origens da cidade de SP (Fotos: Agência Brasil)
O passado de entreposto, muito distante da metrópole pujante e urbana dos últimos 100 anos, é retomado na exposição Quando São Paulo era Piratininga: arqueologia paulistana, em cartaz até 29 de março de 2026 na Casa Museu Ema Klabin.
Integrada ao acervo da casa, a exposição propõe uma reflexão sobre origens e cotidiano, mostrando os resultados de pesquisas arqueológicas realizadas na capital paulista durante as duas últimas décadas.
De ferramentas e pontas de flechas talhadas em pedras a fragmentos de cerâmica, é possível acompanhar um passado de uma região que era importante para diversas aldeias, além de marcada por cheias constantes.
A proposta, da curadoria do arquiteto Paulo de Freitas Costa e da doutora em arqueologia Paula Nishida, é revelar aspectos da investigação sobre esse território, em suas dinâmicas anteriores à vila e cidade, como as conhecemos.
Ao apresentar sítios arqueológicos paulistanos, percebe-se que onde há hoje prédios, viadutos, praças, ruas e avenidas, havia estruturas naturais de quartzo e depósitos de argila, materiais usados por diferentes povos indígenas, europeus e africanos -, na fabricação de pontas de lanças, flechas e cerâmicas.
Esses sítios estão distribuídos pelas várzeas do Tietê, Pinheiros e Tamanduateí, deram origem ao povoado Piratininga ou peixe seco, por conta dos peixes que ficavam espalhados pelas planícies após o recuo das águas dos rios. Mais tarde, o povoado se transformaria na cidade de São Paulo.
Para a exposição, foram selecionados materiais e mapas de oito dos cerca de 90 sítios arqueológicos já identificados na cidade, representando períodos distintos e importantes para a formação do território paulistano.
Os sítios Lítico do Morumbi, as urnas funerárias, e os sítios Jaraguá I, II e Olaria II representam o universo dos povos originários antes da invasão europeia. As Cavas de Ouro do Jaraguá e o Pinheiros 2 testemunham o contato entre indígenas e colonizadores; e a Casa do Butantã e a Casa do Itaim Bibi trazem à tona aspectos do período colonial, ampliando o olhar para além do eixo central da cidade, explica Paula Nishida.
Entre as peças, inclusive reproduções em exposição táctil, há itens datados de 600 anos até 4 mil anos atrás, com usos práticos, como defesa, caçadas e produção de outras ferramentas, até peças de uso simbólicos, como urnas funerárias, encontradas em sítios no que hoje são as regiões central e leste da capital paulistana.
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