Acomodações e contratação de mão de obra na agricultura familiar foram os temas do Seminário Trabalho Decente na Produção do Tabaco realizado na manhã de hoje, 19 de novembro, em Canoinhas/SC. A promoção é do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), com o apoio da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), e reuniu 380 pessoas ligadas ao setor.

Ao dar as boas-vindas, o vice-prefeito de Canoinhas, Marcos Antônio Kucartz Homer, iniciou dizendo que não existe prosperidade sem tabaco. “Para nós interessa a grandeza de poder dar o sustento para a família. Temos que ser gratos pelo nosso trabalho; é o que dá dignidade. Falar de tabaco é voltar no tempo. Minha família é fumicultora, todas as conquistas vieram do suor do trabalho e, para muitas famílias da região é igual”, destacou, dizendo que “é importante os políticos conhecerem a realidade dos produtores, pois, em muitas propriedades, a única cultura possível, é o tabaco”.

O presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, se disse honrado em participar de um evento que aborda um tema importante para a sustentabilidade de uma cadeia produtiva que traz renda. “Só em Santa Catarina, são 190 mil pessoas que estão no campo e, dessa cultura, tiram seu sustento e de sua família e levam divisas à 184 municípios produtores, além de, para o estado. Se por um lado a cultura gera desenvolvimento, por outro, traz desafios e um deles é o trabalho decente na cultura do tabaco. Por isso a importância da conscientização de todas as partes envolvidas”.

O presidente da Afubra, Marcilio Laurindo Drescher, ao saudar, principalmente os produtores, lembrou que não se precisa enaltecer a cadeia produtiva do tabaco, mas fazer com que seja reconhecida. “Os produtores são a ponta inicial de uma cadeia que traz economia aos estados e ao Brasil. Esse trabalho, como o de hoje, em conjunto, da cadeia produtiva, é importante para que o produtor tenha defesa e proteção. Nossa cadeia sempre deu exemplo e foi pioneira em várias ações, e no trabalho decente e legal estamos evoluindo e fazendo a nossa parte”.

Para o vice-presidente da Faesc, Clemerson Pedrozo, “trabalhamos esses temas que são tão importantes e precisamos traçar metas para que as cadeias produtivas trabalhem de modo legal, porém, respeitando as particularidades de cada setor. Questões do direito ao trabalho precisam agregar e não causar divergência. Temos buscado o melhor e buscado o diálogo entre trabalhadores e ministério do trabalho. Todos ganhamos com isso”.

Representante da Faesc no Foniagro (Fórum Nacional de Integração do Tabaco), Francisco Eraldo Konkol, ao usar as palavras da Bandeira Nacional – Ordem e Progresso - disse que “é uma cadeia produtiva que traz Progresso ao Brasil, mas que precisa de Ordem, para produzir da forma correta. E o evento de hoje é uma oportunidade para melhorar, ainda mais, a nossa atividade”.

O vice-presidente da Fetaesc, Luiz Sartor, disse que, “quando se fala em trabalho decente, temos que pensar que a agricultura familiar, também, eventualmente, contrata mão de obra. Precisamos ter a consciência de cumprir com o que a legislação exige. O tabaco tem particularidades e precisamos adaptar a legislação a essas questões. É preciso conversar com quem tem poder de realizar a modificações. Não queremos trabalhar na ilegalidade, pelo contrário, estamos juntos para cumprir com o exigido”.

O chefe da Fiscalização Rural do Ministério do Trabalho e Emprego, de Brasília, Alexandre Furtado Scarpelli, enfatizou que é preciso ”pensar na sustentabilidade e que os trabalhadores caminhem junto com a cadeira produtiva. Estamos felizes pelo evento e com a participação de produtores”.

O chefe da seção de Planejamento e Avaliação da Superintendência Regional no Rio Grande do Sul do Ministério do Trabalho e Emprego, Rudy Allan da Silva, destacou que as ações precisam acontecer de modo preventivo para que não impactem as cadeias produtivas. “O mundo está direcionando os olhos para o trabalho digno e isso gera fiscalização. Precisamos ajustar os olhos para reconhecer o problema e solicitar o apoio a quem tem o poder e o dever de auxiliar os problemas. O objetivo, como agentes do estado, é fazer a prevenção, muito antes de denúncia fiscalização e autuação”.

O superintende regional do Trabalho e Emprego, em Santa Catarina, Paulo Eccel, parabenizou pela “presença de produtores e lideranças e autoridades e pela preocupação com a cadeia produtiva do tabaco que é importante para a elevação da renda da região. Quando se fala em ministério do trabalho, muitos pensam que vem problema, pois somos vistos como órgão de repressão, que é contra a empresa e a favor do trabalhador. Mas, somos a favor dos dois, desde que as regras sejam cumpridas. A orientação que tenho, do ministro do Trabalho, é de estabelecer e estimular canais de diálogo e orientações, com esclarecimento de dúvidas”.