Com quase metade da produção catarinense concentrada na microrregião de Canoinhas, a fumicultura segue decisiva para renda de milhares de famílias

O Planalto Norte de Santa Catarina tem no tabaco um de seus pilares econômicos. A microrregião de Canoinhas respondeu por quase 50% de toda a produção catarinense na safra 2023/24, consolidando o peso da cultura na renda das famílias rurais. Em 2024/25, o setor vive um movimento de retomada, com aumento de área plantada, recuperação da produtividade e preços mais firmes para o produtor.

Quanto o tabaco representa hoje

A microrregião de Canoinhas lidera a produção catarinense, seguida por Rio do Sul e Ituporanga.

Mais de 41 mil famílias estão envolvidas com a fumicultura em Santa Catarina, a grande maioria composta por agricultores familiares.

No município de Canoinhas, mais de 2,7 mil famílias produzem tabaco, somando mais de 15 mil toneladas por safra, o que coloca a cidade entre as maiores produtoras do Sul do Brasil.

Entre 2020 e 2024, o preço médio pago ao produtor mais que dobrou, garantindo melhor remuneração mesmo após anos de clima desfavorável.

Por que o setor é estratégico

A fumicultura gera impacto em toda a cadeia econômica: desde o fornecimento de insumos e assistência técnica até o transporte e a exportação. A cultura se adapta bem a pequenas propriedades, permitindo que famílias consigam manter a atividade junto de outras produções.

O tabaco brasileiro é fortemente voltado à exportação — cerca de 70% da produção nacional segue para o mercado externo, o que torna o setor sensível a políticas comerciais e variações cambiais.

Desafios atuais

Clima e produtividade


A safra 2023/24 foi marcada pelo excesso de chuva, que reduziu a produtividade em até 30% em algumas regiões. Para 2025, a expectativa é de recuperação, com aumento de mais de 30% na produtividade média.

Classificação e comercialização


Produtores reivindicam que a classificação do tabaco seja feita diretamente nas propriedades, garantindo mais transparência no processo de compra e venda. O tema vem sendo debatido em audiências públicas e mobiliza cooperativas e sindicatos.

Mercado internacional e regulação
Como o Brasil é líder mundial em exportação, qualquer mudança em políticas de saúde pública ou barreiras internacionais pode impactar os preços. Por outro lado, a valorização recente tem sustentado a renda das famílias.

O impacto na economia local

Estima-se que a safra 2024/25 de Santa Catarina movimente mais de R$ 4,6 bilhões. No Sul do Brasil, a receita bruta projetada é de R$ 14,5 bilhões, confirmando a força da cultura para pequenos e médios municípios. No Planalto Norte, insumos, transporte, comércio e serviços giram em torno da fumicultura, consolidando sua importância socioeconômica.

O futuro da fumicultura

Tecnologia: mecanização e digitalização de processos prometem reduzir perdas e aumentar a qualidade do produto.

Cooperativismo: segue sendo fundamental para acesso a crédito, insumos e negociação coletiva.

Diversificação: cada vez mais famílias apostam em manter o tabaco como principal fonte de renda, mas também em complementar com leite, hortaliças e agroindústrias familiares.

No Planalto Norte, o tabaco não é apenas uma cultura agrícola: é parte da identidade econômica e social da região. Em meio a desafios de mercado e de clima, a cadeia produtiva segue garantindo sustento a milhares de famílias, movimentando bilhões de reais e projetando o futuro do campo com tecnologia, organização e tradição.

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