A média estadual de cigarrinhas-do-milho é de menos de três insetos por armadilha por local. O valor é considerado positivo pela pesquisadora da Epagri/Cepaf, Maria Cristina Canale, responsável pelo programa Monitora Milho SC. Segundo ela, este índice só é possível graças ao manejo químico realizado pelo produtor. “Observando os valores históricos e a média de insetos detectada no monitoramento da safra 2025/26 podemos afirmar que a intervenção dos agricultores catarinenses têm sido bem realizada. O produtor compreende a importância de realizar o manejo na fase inicial da lavoura para impedir que estes insetos tragam os patógenos para o plantio e causem problemas à sua produção”, diz a pesquisadora.

Porém, o levantamento realizado entre os dias 15 e 22 de setembro acendeu o alerta dos produtores do município de Mafra, no Planalto Norte, que pela segunda semana consecutiva registrou a presença da bactéria do fitoplasma do enfezamento vermelho. Maria Cristina recomenda que os produtores da região reforcem os cuidados necessários e realizem o manejo químico, integrado com o biológico, sempre que possível. A pesquisadora salienta que este período “é o mais crítico para a inoculação dos patógenos e que os sintomas só serão apresentados quando as plantas estiverem na fase reprodutiva, ou, durante o período de enchimento de grãos, gerando impactos na produção”.

Além de Mafra, insetos coletados no município de Rodeio, no Vale do Itajaí, também registraram a presença da bactéria do fitoplasma do enfezamento vermelho e do vírus do rayado fino, que foi observado ainda em Irati, no Oeste, que registrou a também a incidência do vírus do mosaico estriado.


O programa Monitora Milho SC coleta e divulga semanalmente informações de todo o Estado, permitindo que o setor produtivo acompanhe a evolução da população de cigarrinhas e as infecções causadas por esses insetos.

O ataque de cigarrinhas infectadas com os patógenos dos enfezamentos pode comprometer substancialmente a produção de lavouras de milho. Para acompanhar a situação, foi criado no começo de 2021 o programa Monitora Milho SC.

Aplicativo da Epagri apoia agricultores no monitoramento da cigarrinha
Para ajudar a cadeia produtiva no monitoramento e controle desse inseto em Santa Catarina, os produtores podem acessar informações no aplicativo Epagri Mob.

O app, disponível para download gratuito, permite aos produtores e técnicos acompanhar a incidência da cigarrinha-do-milho em Santa Catarina para tomar decisões mais precisas sobre o manejo. Essa ferramenta também traz informações sobre a infectividade da cigarrinha com os patógenos do complexo do enfezamento: fitoplasma do enfezamento vermelho, espiroplasma do enfezamento pálido e vírus-da-risca.

Informações atualizadas para os produtores
A pesquisadora Maria Cristina Canale, do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar da Epagri (Cepaf), explica que as informações geradas pelo monitoramento são fundamentais para a convivência da agricultura com a cigarrinha e as doenças transmitidas por ela. “Embora os enfezamentos já sejam conhecidos no país há algumas décadas, nós observamos que os surtos ocasionados por esses problemas têm sido bastante frequentes em todas as regiões produtoras do Brasil. Então é necessária a convivência do setor produtivo com o problema a partir de agora, inclusive aqui em Santa Catarina, com a participação ativa de todos os produtores envolvidos com a produção de milho, no manejo integrado regionalizado”, ressalta.

Como usar o aplicativo

O aplicativo Epagri Mob pode ser baixado gratuitamente em celulares Android e IOS. Nele é possível ter acesso às publicações, tecnologias, unidades da Epagri, previsão do tempo, monitoramento do frio e informações sobre doenças em videiras e maçãs.

Para encontrar as informações do Monitora Milho SC, o usuário deve clicar no ícone “Informações Ambientais”, disponível na página principal do Epagri Mob e, em seguida, no link Monitora Milho SC. Nessa área, é possível encontrar os boletins atualizados e observar o nível populacional da cigarrinha-do-milho em diferentes regiões catarinenses.

A recomendação da Epagri é que os produtores e técnicos mantenham uma rotina de acompanhamento dos dados do aplicativo, porque o status de infectividade do inseto pode mudar de uma semana para a outra.

O programa Monitora Milho SC é uma iniciativa do Comitê de Ação contra Cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados, que é composto por membros da Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e Secretaria de Estado da Agricultura.

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