Tem início em poucos dias mais uma campanha de vacinação, que integra o calendário nacional. Entre 6 e 31 de agosto, os pais devem levar crianças de 1 a 4 anos para vacinar contra a poliomielite e o sarampo, tendo 18 de agosto como o dia de divulgação e mobilização nacional.
Tais campanhas de imunização são rotina, porém, recentemente tem-se observado que muita gente está deixando de lado o hábito de se vacinar, muitas vezes na ilusão de que "não há mais perigo", e com essa atitude abrem margem para a reintrodução de vírus perigosíssimos no país e a rápida proliferação de doenças até então controladas.
Em 2017, Santa Catarina teve a cobertura vacinal mais baixa dos últimos sete anos em crianças de até um ano e não atingiu as metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. No caso da poliomielite, passa de 300 o número de municípios brasileiros que estão com cobertura vacinal considerada muito baixa em bebês de até um ano. Até mesmo no caso da gripe, cujo impacto da pandemia de H1N1 ainda é algo relativamente recente (2009), os índices de vacinação ficaram abaixo da meta este ano em muitas cidades da região.
A queda nos índices de vacinação já é de conhecimento das autoridades há algum tempo, porém, iniciativas mais concretas só começaram a ser colocadas em prática depois do início do surto de sarampo no Norte do País.
O que o governo mais teme é que a redução de pessoas vacinadas crie bolsões de indivíduos suscetíveis a doenças antigas e controladas no país. "O sinal amarelo acendeu", disse à BBC Brasil a coordenadoria do Programa Nacional de Imunização (PNI), em reportagem recente.
Outros fatores atribuídos à queda na procura por vacinação estão associados a movimentos antivacina, ou seja, recusa ou resistência em se imunizar por questões religiosas, medo de reações adversas etc. Outro fator é um dos males da atualidade: as fake news.
Notícias falsas sobre saúde se multiplicam nas redes sociais e em aplicativos de mensagem, desencorajando as pessoas a tomarem as vacinas. Comumente são informações infundadas e apelativas, que só geram pânico e ameaçam a eficácia das ações de imunização que demoraram tanto tempo para se consolidar e garantir o bloqueio a doenças perigosas.
É hora de o País fortalecer as ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, e de cada indivíduo também assumir sua responsabilidade e fazer a sua parte, pelo seu próprio bem, de seus entes próximos e de toda a sociedade.
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