Entrevista faz parte da cobertura do pleito de 2018, realizada em parceria entre a Associação dos Jornais do Interior (Adjori/SC) e Associação de Diários do Interior (ADI/SC)


Rogério Portanova - REDE


O senhor tem falado bastante de sua preocupação com o Ensino Médio. Quais são suas propostas para essa área?

Portanova - Uma coisa é o diagnóstico, outra é o receituário. O melhor diagnóstico que tem da sociedade é o marxismo, mas o seu receituário praticamente mata o paciente. Meu diagnóstico é igual para todos: defasagem curricular. Hoje temos um currículo que não é atrativo. Com o celular, o estudante tem muito mais informação do que como um professor que dá aula hoje como os meus davam há 50 anos. O problema não está na estrutura física e sim no processo de ensino. Vamos fazer uma aliança com a Ciência, trazendo a internet rápida para dentro das escolas e a possibilidades de novas profissões. Nossas escolas terão teto solar. Que o aluno possa ser um eletricista de montagem de tetos solares, manutenção, enfim. Vamos fazer hortas comunitárias, o que vai gerar um alimento melhor e diminuir a corrupção na merenda escolar. Também vamos ensinar uma nova profissão, como por exemplo, ser um agricultor orgânico.


Como colocar em prática todas essas propostas em apenas um mandato?

Portanova - Se não começarmos a fazer algo, não vamos fazer nunca. Eu sei como começar: olhando os bons exemplos que já existem. Em Joinville, nós temos a Tigre, que consegue pagar altíssimos salários, tem várias bolsas para alunos de Engenharia Mecânica e é uma ilha de excelência. Por que não seguir esse exemplo? Outra possibilidade são as escolas do Senai, que têm uma parceria internacional e estão lançando um satélite que vai ajudar a segurança e a agricultura aqui em Santa Catarina. Por que não pegar essa experiência educacional e trazer para o Estado? Nós não temos nenhum preconceito. Em quatro, cinco anos você vai conseguir? Não sei! Mas vou começar.


Como pretende trabalhar todas as diferentes caraterísticas do Estado?

Portanova - A diversidade econômica que nós temos em Santa Catarina é uma benção e não um problema. O ponto é usar cada uma dessas culturas para potencializar tudo o que temos de melhor. Quando eu falo de inovação tecnológica, posso falar para a área da saúde, mas eu posso falar também para o setor moveleiro. Eu posso falar com muita tranquilidade que hoje nós, da Rede, temos um diálogo possível com o agronegócio. A Epagri e a Embrapa já mostraram que o agronegócio é compatível com o meio ambiente. Não existe mais essa incompatibilidade.