Perdas na agricultura por conta da estiagem chegam a R$ 19,27 milhões

Edinei Wassoaski

CANOINHAS

 

A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Canoinhas (Comdec) decretou na segunda-feira, 26, situação de emergência na agricultura da cidade, motivada pela estiagem dos meses de dezembro de 2008 e janeiro deste ano. As perdas, segundo o Comdec, foram maiores que as causadas pelas chuvas de outubro, quando os prejuízos somaram R$ 10,7 milhões. Desta vez, a seca provocou perdas que chegam a R$ 19,27 milhões.

Antes de reunir o Comdec, técnicos da Secretaria de Agricultura, Cidasc, Epagri e representantes de cerealistas e lojas do setor, se reuniram para definir a recomendação que foi dada ao Comdec. É a Coordenadoria, composta por membros da comunidade, que vota pela situação de emergência.

Houve cautela na tomada de decisão considerando que o intervalo entre o decreto de situação de emergência por conta das chuvas e o decreto por conta da seca foi muito curto. ?Mas infelizmente é assim, o tempo está cada vez mais instável?, assinala o coordenador municipal de Defesa Civil, Felippe Davet.

Outro motivo de cautela é a desconfiança que os sucessivos decretos de situação de emergência podem causar em investidores e nos próprios produtores. ?Isso pode representar perda de investimentos, os bancos repensarão financiamentos, aumenta a taxa de risco?, explica Davet.

Para o secretário de Desenvolvimento Rural, Donato Noernberg, a preocupação tem fundamento e também o incomoda. ?Mas infelizmente não temos outra saída?, conclui.

 

SITUAÇÃO CRÍTICA

 

Os agricultores têm reclamado desde o início do ano das sucessivas perdas nas lavouras. Muitos perderam mais da metade do que plantaram por conta da estiagem. A crise se espalha pela região.

Bela Vista do Toldo decretou situação de emergência no início do ano.

Em Três Barras, lavouras de feijão apresentaram perdas de mais de 60%. Já em Irineópolis o prejuízo alcançou a cifra de R$ 27 milhões.

A única cultura que resistiu relativamente bem à estiagem foi a soja.

De modo geral, segundo cálculos da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola de Santa Catarina (Cepa), as perdas na agricultura do Planalto Norte alcançam 50%, totalizando mais de R$ 171,3 milhões.