Embora desenhe cenário pessimista, o presidente da Coopercentral diz que a empresa não está em crise
Com agências
CHAPECÓ
O presidente da Coopercentral Aurora, Mário Lanznaster, voltou na sexta-feira, 13, a Chapecó-SC, após reunião em Brasília com secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado, em que disse ter alertado o Governo Federal sobre a falta de crédito que as 17 cooperativas filiadas estão enfrentando. Lanznaster disse que “antes do estouro da crise econômica mundial, a produção de alimentos era tida como uma noiva bem bonita pelos bancos, mas agora é uma velha desdentada”.
O enxugamento do crédito que se abate sobre a Aurora ocorre ao mesmo tempo em que há dificuldades de comercialização. No primeiro bimestre, as vendas da cooperativa caíram 70% no exterior em relação ao mesmo período do ano passado e houve queda de cerca de 30% no mercado interno. Segundo Lanznaster, nos dois primeiros meses do ano houve prejuízo e os estoques de carnes suína, de frango e derivados de leite ficaram aproximadamente 30% acima do normal e chegaram a 56 mil toneladas, cerca de R$ 200 milhões. O normal seria 42 mil toneladas.
Apesar da conjuntura difícil, ele nega que a cooperativa esteja em crise financeira. "Mas está começando uma febre", comentou. De acordo com o presidente da cooperativa, a reunião desta semana em Brasília serviu para alertar o Governo Federal de que se a concessão de crédito não mudar poderá, em alguns dias, iniciar uma fase em que a cooperativa não poderá mais pagar pelas compras de milho e suínos, e a crise chegará ao produtor. Lanznaster reclama que as linhas de crédito que a cooperativa tinha antes de setembro do ano passado não vêm sendo renovadas pelos bancos. Hoje, para financiar a produção, está sendo usado capital próprio. Segundo o executivo, há R$ 400 milhões de capital no caixa da cooperativa para financiar a produção, mas "isso vai ser consumido e uma hora vai acabar". Segundo ele, houve aumento do custo e do rigor no crédito. "Antes da crise, o capital de giro era dado com um aval da diretoria da cooperativa, agora exige-se garantia real", reclama ele, afirmando que há R$ 100 milhões em crédito que não foram renovados para a Aurora.
Fonte próxima à cooperativa disse que a situação financeira da Aurora seria frágil e que ela também teria operações de derivativos (empréstimos contraídos em dólar, que praticamente duplicaram com o aumento do valor da moeda). O presidente da cooperativa preferiu não comentar sobre derivativos, mas afirmou que o endividamento da Aurora estaria "compatível com a atividade". A Aurora fechou 2008 com um prejuízo de R$ 111,7 milhões, alegando aumento das despesas financeiras, "percalços com a variação cambial" e encarecimento dos insumos. A receita operacional bruta da cooperativa foi de R$ 2,7 bilhões, um crescimento de 20% em relação ao ano anterior. No fim de 2008, a Aurora chegou a anunciar adiamento de dois investimentos importantes: uma fábrica em Canoinhas e outra em Carazinho-RS, à espera de um cenário econômico melhor. Por enquanto, esses investimentos seguem parados. Somente em Canoinhas seriam R$ 400 milhões em investimentos.
SADIA E PERDIGÃO DEVEM SE UNIR
Após a tentativa frustrada de compra da Perdigão pela Sadia, em 2006, as duas empresas deverão unir forças e criar uma estrutura para administrar a área operacional. Essa união, prevista para ocorrer ainda neste mês, servirá para reduzir custos de ambas num período de crise e de crédito curto.
Não é compra nem fusão, mas apenas um acordo operacional, segundo fonte ligada a uma das empresas.
A Sadia, que ainda não desistiu de investir em uma unidade de produção em Mafra, divulgou nota admitindo negociações com "terceiros". Citou ainda "entendimentos recentes" com a Perdigão para "algum tipo de associação", mas ainda sem acordo. Tanto Sadia quanto Perdigão buscam, com a redução de custos, fortalecer o caixa para obter capital de giro. Entre as áreas que devem ter os maiores ganhos de sinergia, estão transporte e logística, com união de entregas ao varejo e de centros de distribuição.
Esse enxugamento de estrutura pode também implicar corte de pessoal, além de retardar ou suspender projetos. No início do ano, a Sadia anunciou o corte de 350 trabalhadores no setor administrativo.
Não é compra nem fusão, mas apenas um acordo operacional, segundo fonte ligada a uma das empresas.
A Sadia, que ainda não desistiu de investir em uma unidade de produção em Mafra, divulgou nota admitindo negociações com "terceiros". Citou ainda "entendimentos recentes" com a Perdigão para "algum tipo de associação", mas ainda sem acordo. Tanto Sadia quanto Perdigão buscam, com a redução de custos, fortalecer o caixa para obter capital de giro. Entre as áreas que devem ter os maiores ganhos de sinergia, estão transporte e logística, com união de entregas ao varejo e de centros de distribuição.
Esse enxugamento de estrutura pode também implicar corte de pessoal, além de retardar ou suspender projetos. No início do ano, a Sadia anunciou o corte de 350 trabalhadores no setor administrativo.
Deixe seu comentário