Danos atingiram cerca de 10% das propriedades; infra-estrutura foi abalada

Gracieli Polak

CANOINHAS/TRÊS BARRAS
Com poucas culturas no campo, os prejuízos causados pelo vendaval da terça-feira, 8, foram sentidos de forma menos dramática no bolso dos agricultores da região, mas ainda assim trouxeram problemas. Estradas devastadas, bueiros entupidos e maior possibilidade de doenças fúngicas são os problemas que vieram com a chuva e prometem dar ainda mais dor de cabeça para os agricultores.
 Segundo o secretário de agricultura de Canoinhas e presidente do Conselho Municipal de Agricultura (CMA), Donato João Noernberg, uma reunião extraordinária do órgão foi realizada para que os prejuízos das comunidades fossem avaliados. De acordo com Noernberg, poucas propriedades tiveram danos físicos. “Os maiores prejudicados foram os abrigos de cultivo protegido, que foram bastante atingidos, mas em linhas gerais, os danos não foram muito intensos”, diz.
Noernberg conta que, de agora em diante, os problemas enfrentados pelos agricultores permanecem nas condições de infra-estrutura nas propriedades e com o surgimento de doenças que chegam com a ocorrência volumosa das chuvas. As lavouras de trigo e cebola da região, até o momento, não sofreram grandes danos, segundo o secretário, mas estão sujeitas a maior reposição de nutrientes e controle biológico.
ENXURRADA
Em Três Barras, situação semelhante. Os prejuízos que levaram o município a decretar situação de emergência por causa da forte enxurrada foram, de acordo com o secretário de agricultura, João Mateus Barboza, basicamente na zona rural. “Cerca de 30 propriedades tiveram as estruturas abaladas, mas este com certeza não foi o maior dano”, conta. A destruição de estradas e o entupimento de bueiros é, para o secretário, o principal motivo de atenção neste momento em que são elaborados relatórios da situação e definidas estratégias de ação. “A infra-estrutura da área rural ficou bastante abalada e agora é preciso reconstruir, arrumar estradas. A enxurrada levou embora muito investimento”, diz.
Em reunião realizada ontem, a secretaria estimou em R$ 600 mil o prejuízo causado pela enxurrada. Além dos alagamentos, segundo o secretário, muitos agricultores tiveram prejuízos principalmente na produção do leite, que por causa da falta de energia, teve a produção parada.
ENERGIA RESTABELECIDA
Segundo o chefe da agência de Canoinhas da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), Osvaldo Roberto Romanowski, a destruição causada em toda a rede por causa do vendaval foi fora das proporções e por este motivo, houve demora no restabelecimento da energia, fator que prejudicou algumas atividades agrícolas. Romanoski explica que no sábado, 12, todas as comunidades voltaram a ter energia elétrica. “Realmente a destruição foi muito grande não só nas árvores ao redor da rede, mas também em toda a rede. Trabalhamos em mais de 80 pessoas, mas o trabalho era muito grande”, explica.
A recomendação da Celesc é de que uma área de seis metros de cada lado da rede elétrica seja preservada, para que prejuízos com quedas de árvores sejam amenizados.