O Planalto Norte Catarinense é uma região rica em histórias. Palco da Guerra do Contestado, Canoinhas e os municípios vizinhos ainda preservam artefatos, construções, lembranças e histórias sobre épocas passadas.

Atualmente, são poucos casarões antigos que permanecem conservados na região. Muitos deram lugar a novos investimentos e construções e outros, o tempo foi responsável por desmontá-lo. A arquitetura da região, no início do século passado, era caracterizada por casas de madeira com sótão, e neste modelo, hoje são poucas casas que ainda existem, tanto na zona rural, quando na área urbana.

Há alguns meses, o Correio do Norte tem percorrido cidades, bairros e localidades em busca de resgatar as histórias que esses antigos casarões conservam. Alguns já foram tombados como patrimônio, outros estão sempre presentes nas lembranças e reportagens sobre a história, e outros, seguem no anonimato, mas certamente guardam histórias de famílias e importantes acontecimentos históricos da região.

Dos casarões que já não permanecem em pé, alguns ainda apresentam vestígios, como estruturas, paredes e calçadas, mas ainda podem ser vistos em fotos e pinturas antigas.

Para resgatar a história que aconteceu aos arredores dos antigos casarões da região, o CN inicia nesta semana, uma série de reportagens sobre os antigos casarões da região de Canoinhas.

 

CASA VERMELHA

Para dar início a série, a primeira casa que será lembrada, é a famosa casa vermelha, que ficava localizada na localidade do Bugre, no interior de Três Barras. Acompanhado do youtuber Júnior Decol, que é conhecedor das histórias dos antigos casarões da região, o CN foi até o lugar onde hoje restam apenas ruínas da casa vermelha, e pôde ter uma dimensão da grandiosidade e imponência dessa construção, datada do início do século passado, que pertenceu ao casal Bemvindo e Maria Pacheco.

Posteriormente, a propriedade em que ficava a casa foi vendida para uma empresa, e a casa vermelha serviu como alojamento de trabalhadores. Depois, a empresa mudou sua logística e a casa ficou desocupada. Com o passar dos anos, a estrutura foi se deteriorando, as paredes foram cedendo, até chegar na situação em que se encontra atualmente.

No Museu de Três Barras, na antiga Estação Ferroviária, existe um quadro em exposição, que antigamente decorava a casa vermelha. Segundo o coordenador do Museu, Carlos Eduardo Fiolek, o quadro foi doado para o acervo após uma pessoa ter tido uma visão de que este quadro deveria estar no Museu da cidade. Então a família entregou o quadro para o Museu em forma de doação.