Uma das publicações científicas mais conceituadas do mundo, a Nature Communications, do Grupo Nature, publicou um artigo de autoria de 80 pesquisadores de diversos países, sendo quatro deles vinculados à Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), que aborda o aquecimento climático e o funcionamento do solo a partir do estudo de comunidades de colêmbolos, artrópodes existentes em todo o planeta.
Acesse o artigo “Metabolismo globalmente invariante, mas incompatibilidade densidade-diversidade em colêmbolos” (em inglês, “Globally invariant metabolism but density-diversity mismatch in springtails”), publicado nesta terça-feira, 7.
Na Udesc, o trabalho foi coordenado pelo professor Dilmar Baretta, do Departamento de Zootecnia, do Centro de Educação Superior do Oeste (CEO), que é o atual reitor da instituição, e pelo professor Osmar Klauberg-Filho, com participação do pós-doutorando Luís Carlos Iuñes de Oliveira Filho e do doutorando Douglas Alexandre, do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV).
Vida do solo
Conforme relatam os pesquisadores no estudo, “a vida do solo dá suporte ao funcionamento e à biodiversidade dos ecossistemas terrestres e os colêmbolos estão entre os artrópodes do solo mais abundantes, regulando a fertilidade e o fluxo de energia através das redes alimentares acima e abaixo do solo”.
A distribuição global da diversidade e densidade dessa espécie, e como ela se relaciona com os fluxos de energia, permanecem, no entanto, desconhecidos.
No novo estudo, os pesquisadores usaram um conjunto de dados globais, abrangendo 2.470 locais, para avaliar as relações entre biomassa, diversidade e atividade das comunidades de colêmbolos.
Mudanças na biodiversidade
Conforme as conclusões, as relações contrastantes desses fatores com a temperatura “sugerem que o aquecimento climático alterará as métricas fundamentais da biodiversidade do solo em diferentes direções, potencialmente reestruturando as teias alimentares terrestres e afetando o funcionamento do solo”.
O estudo teve participação de mais de 70 instituições, de de mais de 30 países, incluindo África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Áustria, Canadá, China, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Estônia, EUA, França, Grécia, Holanda, Húngria, Índia, Irlanda, Itália, Japão, Letônia, México, Nova Zelândia, Panamá, Polônia, Quatar, Reino Unido, República Tcheca, Romênia, Rússia, Suécia e Suíça.
Deixe seu comentário