Gil Baiano surpreendeu mais uma vez elegendo-se vereador depois de ter conquistado 1.ª suplência em 2004

Edinei Wassoaski

CANOINHAS

 

Gilmar de Souza há tempos perdeu o nome. Hoje ele é unanimemente conhecido como Gil Baiano (PSDB). Por quê? Ele mesmo responde na entrevista abaixo, na qual fala ainda sobre a entrada na vida política, composição da Câmara e seus projetos para os próximos quatro anos. Acompanhe.

 

Por que Gil Baiano?

Quando eu entrei trabalhar em uma empresa como leiturista de contadores de luz, certa vez um colega de trabalho fez uma brincadeira comigo, perguntando se eu estava interessado em ir trabalhar na Bahia, pela mesma empresa, que estava priorizando solteiros, como eu para trabalhar em outra unidade instalada lá. Fiquei empolgado e aceitei na hora. A partir daí pegou o apelido Gil Baiano.

 

Nessa época você já pensava em entrar na política?

Não, nem sonhava.

 

E como foi sua entrada na política?

Foi por meio do Edmilson Verka, para quem eu fiz campanha anos atrás. Em 2004 ele me filiou no PSDB e me convocou a ser candidato. A princípio eu recusei, mas ele me convenceu, dizendo que não precisava de dinheiro, mas sim de autenticidade, comunicação e simpatia, qualidades que ele achava que eu tinha. Saí candidato por aventura e me surpreendi com mais de 400 votos, ficando como primeiro suplente. Eu não tinha nenhuma condição financeira naquela época, não tive apoio financeiro de ninguém, a minha irmã me dava dez reais por semana pra eu sobreviver, enfim, foi uma surpresa. Quando vi os vereadores sendo diplomados, coloquei uma meta na minha cabeça: Na próxima eleição não vou ser suplente, vou ser vereador.

 

Nestes últimos quatro anos você trabalhou para o município. Como foi essa experiência?

Primeiro trabalhei no museu, era um trabalho que não tinha função, atender o museu era pouco pra mim, cheguei a entrar em depressão, eu precisava de um emprego que me apresentasse um desafio. Depois trabalhei na Secretaria de Obras, produzindo tubos e até varrendo ruas. Fui, porque trabalhar não mata ninguém. Isso foi bastante comentado na época, saiu foto em jornal e tudo, sem autorização minha, nunca dei entrevista pra ninguém sobre aquilo. Foi uma situação constrangedora, apesar de ser verdade.

 

Hoje você está desempregado?

Desde o mês de março, quando venceu o meu contrato (com o município), eu estou desempregado.

 

Como se faz uma campanha sem dinheiro?

Não precisa só de dinheiro para vencer uma campanha. Claro que é importante, você precisa de combustível para se deslocar para o interior, por exemplo, mas não é só dinheiro.

 

Mas você teve ajuda de pessoas para custear a campanha?

Sim, recebi.

 

De quem?

O partido me ajudou. Mas é importante dizer que não foi somente no período eleitoral que eu pedi votos. Nos últimos quatro anos eu nunca deixei de cumprimentar as pessoas, ouvi-las, cumprimentá-las, tomar um chimarrão na casa de um, de outro.

 

Qual vai ser a tua bandeira na Câmara?

 Vou trabalhar em favor dos direitos da população. Os projetos favoráveis a população receberão meu apoio, do contrário, não.

 

O partido vai influenciar nas tuas decisões?

Acredito que não. As opiniões do partido que beneficiem o povo, vou acatar com certeza. Meu objetivo é trabalhar unido, falar em coisas boas para o município e não somente sobre política.

 

Qual a tua opinião sobre o prefeito Leoberto Weinert (PMDB)?

Espero que ele seja um bom prefeito neste segundo mandato. Espero que ele não siga o exemplo de muitos ex-prefeitos que trabalharam no primeiro mandato e no segundo deixaram a desejar.

 

Mas o primeiro mandato foi bom?

Foi. Não conseguiu fazer tudo que prometeu, mas uma boa parte fez. Quem entende de administração sabe que não é fácil. Preocupa-me a área rural, que tem diversos problemas.

 

A área rural deve receber atenção especial de sua parte, considerando que a maioria dos seus votos veio de lá?

Conheço o interior de canto a canto. Sei da luta de todos os agricultores e vou lutar pelos direitos deles.

 

O seu candidato a prefeito, Edmilson Verka, defendeu em campanha o não pagamento pelo Porteira Adentro, considerando que o agricultor já paga vários impostos. Você pretende elaborar um projeto de isenção de cobrança do programa?

Com certeza! Quero conhecer melhor a idéia e tentar ao menos diminuir as taxas de impostos aos agricultores.

 

O que você achou dos colegas que vão assumir contigo em 2009?

Gostei. Houve 50% de renovação na Câmara. Acho que isso foi bom.

 

Se a Câmara se dividir em oposição e situação, você vai para qual ala?

Ainda não conversei sobre isso. Quero trabalhar com o prefeito, mas desde que ele tenha respeito pelos meus direitos, assim como terei respeito pelos direitos dele.