João Rosa Muller, presidente do PP, é o entrevistado da semana

CANOINHAS ? De fala impecável e concisa, o presidente do Partido Progressista (PP) em Canoinhas, João Rosa Muller, não esconde o natural desejo de ser candidato a prefeito, mas admite que uma boa proposta de coligação pode fazê-lo mudar de idéia. Acompanhe a entrevista que dá seqüência a série com os presidentes de partidos de Canoinhas:

 

CN: Como o PP está se preparando para as eleições de 2008?

O PP tem a orientação repassada pelos membros do diretório de uma fase de organização, buscando conversações com outros partidos.

 

CN: Nestas conversações, quem está mais próximo do PP hoje?

Todos os partidos que não estejam alinhados com o atual governo e que queiram mudança são bem-vindos. Num primeiro momento estamos conversando bastante com o PT, o DEM e o PSB. Isso não quer dizer que os partidos que estão mais alinhados ao governo não possam vir a compor conosco, desde que haja uma afinidade de pensamento e programática.

 

CN: Houve conversas com o PSDB?

Não, até o momento não. Conversamos com membros do PSDB, mas não com o diretório.

 

CN: Percebe-se que há uma forte tendência a candidaturas próprias do PP, PSDB e DEM. Seriam três pré-candidatos contra a natural candidatura a reeleição de Leoberto Weinert (PMDB). Existe a possibilidade de uma negociação entre estes três partidos em torno de uma candidatura?

Acho que existe, mas alguns fatores que não podem deixar de ser lembrados no momento da conversação. Por exemplo, Canoinhas está carente de um planejamento estratégico de desenvolvimento. Temos de pensar questões mais sérias, abrangentes, que precisam ser debatidas, para que o projeto não se perca simplesmente na troca de votos.

 

CN: Está mais fácil coligar hoje com o DEM do que na eleição passada?

O DEM amadureceu bastante e hoje está aberto a conversação. Acho que não está difícil uma coligação.

 

CN: Em que o PP errou em 2004 que precisa ser corrigido na próxima eleição?

Em 2004 as falhas que ocorreram foram alheias a nossa vontade. A falta de estrutura financeira é difícil de resolver, um problema que hoje não é tão sério pelo fato de que o setor econômico olha com bons olhos o desempenho da eleição passada. O que aconteceu na eleição passada foi que havia interesses pessoais acima dos interesses políticos, dentro e fora do partido. Estes interesses acabaram falando mais alto. Perdemos muito tempo com partidos que não deram resultado nenhum e deixamos de dar atenção a siglas que poderiam estar conosco. Chegamos na última hora despreparados para compor uma chapa pura.

 

CN: Há consenso em torno do seu nome como candidato pelo PP em 2008?

Não quero consenso em torno do meu nome. Acho que é natural que meu nome seja lembrado, mas acho que o PP tem muitos outros nomes importantes. Se outras pessoas estiverem melhor que eu nas pesquisas ano que vem, não terei menor constrangimento em abrir mão da candidatura.

 

CN: Mas hoje o senhor é pré-candidato?

Sim.