Prefeito Leoberto Weinert (PMDB) anunciou que irá vetar projeto

CANOINHAS ? Depois de muita discussão os vereadores canoinhenses aprovaram em segunda votação na terça-feira, 5, a emenda ao projeto de lei que altera a carga horária dos cargos de médicos de quatro para duas horas diárias sem alteração de salário, concedendo aumento de 11,88% aos demais servidores municipais.

Na sessão de segunda-feira, 4, a discussão em relação a emenda durou mais de uma hora.

A princípio, o presidente da Câmara Tarciso de Lima (PP) havia proposto uma segunda emenda, que determinava redução da carga horária dos dentistas em consonância a dos médicos. A emenda, no entanto, foi combatida pelos vereadores antes mesmo da votação, o que levou Tarciso a retirar a emenda. ?Os dentistas prestaram concurso junto com os médicos, por isso entendo que merecem o mesmo tratamento, além disso, estão há 10 anos recebendo a mesma remuneração. Não é justo diminuir a carga horária dos médicos e dobrar a dos dentistas?, justificou o vereador.

Os argumentos, no entanto, não convenceram e para evitar polemizar, Tarciso retirou a emenda.

A segunda emenda passou com unanimidade. Ela concede aumento de 11,88% ao funcionalismo. Este aumento seria dividido em seis vezes. Vereador Vagner Trautwein (PSDB) se absteve de votar alegando parcialidade, já que é médico contratado da prefeitura.

 

VETO GARANTIDO

 

Antes mesmo da aprovação, durante entrevista na sexta-feira, dia 1.º, o prefeito Leoberto Weinert (PMDB) garantiu que irá vetar a emenda. Conforme entendimento jurídico, por mais que o projeto original seja de origem executiva, Weinert não pode vetar somente a emenda, mas sim o projeto na íntegra, o que provocará novo impasse com a classe médica. ?(com o veto) os médicos terão de buscar na Justiça seus direitos?, afirmou Weinert.

 

VEREADORES ADMITEM INEFICÁCIA DA EMENDA

 

Ainda na discussão de segunda-feira, os vereadores se mostraram céticos quanto à aplicabilidade da emenda. Juca Klempous (PMDB), disse que hoje a prefeitura tem 1,5 mil servidores. ?Quando vai sobrar dinheiro para pagar um salário decente para toda esta gente? Vou votar a favor da emenda, o funcionalismo não vai receber mesmo?, protestou.

Célio Galeski (PSDB) disse que votaria a favor. ?Se o Leoberto vetar, problema é dele?, assinalou. Galeski lembrou ainda que Weinert inchou a prefeitura. Enquanto o governo Orlando Krautler (PSDB) operava com 1,1 mil funcionários, Weinert trabalha com 1,5 mil.

Bene Carvalho (PMDB) afirma que a arrecadação mensal da prefeitura passa dos R$ 4 milhões, o que permite o reajuste. ?Os que devem a prefeitura estão sendo protestados na Justiça, da mesma forma o funcionalismo cobra aumento da prefeitura?, justificou Bene.

Silmar Golanovski (PMDB) concordou com Juca e acrescentou que a Câmara não pode conceder aumento para ninguém, mas que nada se resolve ?com uma batida na mesa?, alfinetando Weinert.

Juca arrematou advertindo os servidores que assistiam a sessão que ?quando acontecerem aquelas famosas jantas na Assemca e um candidato lhes prometer aumento, façam um documento e mandem ele assinar, depois registrem em cartório?.