Ao longo dos últimos dias, assunto se tornou popular em Canoinhas e dividiu a opinião da comunidade

Na semana passada, um assunto dividiu a opinião dos canoinhenses. A prefeita de Canoinhas, Juliana Maciel (PSDB), começou a defender a realização de empréstimo junto ao Banco do Brasil no valor de R$ 30 milhões. O valor, segundo o município, seria investido em infraestrutura urbana e rural, recapeamento e pavimentação asfáltica, mobilidade urbana, equipamentos, máquinas e caminhões, revitalização de espaços públicos e ações voltadas à causa animal. “É o recurso que precisamos para comprar patrolas e caminhões, por exemplo, para garantir que tenhamos estradas boas. Do jeito que está não dá. Canoinhas não merece mais ficar assim”, afirmou a prefeita.

O assunto rapidamente se tornou popular em Canoinhas, parte da população, se mostrava esperançosa com a possibilidade de melhorias imediatas, especialmente na infraestrutura, outra parte da população, questionava o fato de Canoinhas fazer novas dívidas, especialmente em um momento de reconstrução após a prisão de Beto Passos e Renato Pike, há pouco mais de um ano.

Juliana Maciel, chegou a afirmar na semana passada, que “Canoinhas só tem chance se realizarmos este financiamento”. Inicialmente, a autorização para o financiamento seria votada na segunda-feira, dia 8 de maio, em sessão itinerante no distrito de Marcílio Dias, depois, ficou para a sessão de terça-feira, 9 de maio, na Câmara Municipal. Ainda na semana passada, a prefeita havia feito um apelo aos vereadores pela autorização: “Tenho certeza absoluta que os vereadores também querem estradas em boas condições, uma cidade bonita de viver, eficiente. As famílias canoinhenses merecem isso”, pontuou Juliana.

Nas redes sociais, iniciou-se um grande movimento contrário ao financiamento, e essa mobilização, levou à lotação da sessão da Câmara de terça-feira, quando o Legislativo aprovou por cinco votos a quatro, a retirada da urgência do projeto de lei de autoria do Executivo, que autoriza o empréstimo no valor de R$ 30 milhões. Willian Godoy (PSD), Osmar Oleskovicz (PSD), Wilmar Sudoski (PSD), Mauricio Zimmermann (PL) e Gil Baiano (PL) votaram pela retirada da urgência. Zenilda Lemos (MDB), André Ramon Flenik (Podemos), Adilson Steidel (PSDB) e Silmara Gontareck (UB) votaram por manter a votação.

Os vereadores, em momentos oportunos, se manifestaram sobre o tema, apresentando questionamentos ao PL e justificativas para seus respectivos votos. Cabe ressaltar, que durante a sessão, a manifestação do público presente na Câmara confirmou que a comunidade está dividida em relação a aprovação, ou não, da autorização do financiamento, com opiniões diferentes proferidas pelos edis, aclamadas por diferentes grupos.

Após a retirada da urgência, o projeto fica suspenso e não tem data para ir a votação.

DETALHES DO PEDIDO DE FINANCIAMENTO

Antes da votação, a prefeita Juliana havia ocupado a tribuna da Câmara, onde apresentou detalhes sobre o financiamento que Município está pleiteando junto ao Banco do Brasil.

Entre os dados estão os gastos atuais com manutenção de caminhões, patrolas, retros e demais equipamentos da Secretaria de Obras: “ano passado a prefeitura gastou R$ 2,1 milhões para arrumar as máquinas sucateadas, caminhões e veículos”, apontou. Atualmente, 42% da frota estão em atividade.

A prefeita informou ainda o custo da terceirização: “para termos o serviço de duas patrolas e uma escavadeira hidráulica nós gastamos no ano R$ 2 milhões”.

Metade dos R$ 30 milhões será usada para comprar dez caminhões, quatro patrolas, quatro retroescavadeiras, duas escavadeiras hidráulicas e um britador móvel. A outra parte será investida em pavimentação, revitalização das avenidas Rubens Ribeiro da Silva, Expedicionários, Senador Ivo d’Aquino e Wendelin Metzger e no Centro de Controle de Zoonoses.

Durante a sessão desta terça, os vereadores solicitaram entre 10 e 15 dias para continuar apreciando a proposta que foi enviada pela prefeitura no dia 21 de março. Para que o Município possa dar andamento aos trâmites legais do financiamento, é necessária aprovação da Câmara.

A chefe do Poder Executivo lembra ainda que deixando de investir em manutenção de máquinas sucateadas que serão vendidas, a prefeitura consegue aplicar recursos em outras áreas, como na saúde, por exemplo.

Acompanhe, na íntegra, a sessão da última terça-feira:

https://www.youtube.com/watch?v=Ipih5UZ_c08


Por José Rossi Júnior