Presidente estadual dos Progressistas também falou sobre o planejamento do partido para as eleições de outubro

Desde o início do mês de junho, Sílvio Dreveck (PP) está de volta à Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Ele assumiu a vaga do deputado Altair Silva (PP) que informou que vai se afastar por 60 dias para tratar de compromissos pessoais.

Durante a semana, o CN conversou com o deputado sobre diversas questões relacionadas às suas atividades na Alesc, sobre projetos, sobre sua visão em relação ao cenário político estadual no atual momento, e também, sobre o posicionamento dos Progressistas em relação às eleições de 2022, partido do qual Dreveck é o presidente estadual. Confira a entrevista na íntegra.


CN: Recentemente, na tribuna, o Sr. fez duras críticas à situação das rodovias, tanto em relação ao estado de conservação, quanto à sinalização. Já houve alguma resposta ou manifestação da Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade?

Sílvio Dreveck: Com relação ao meu pronunciamento na Assembleia Legislativa sobre as rodovias de Santa Catarina, tanto no que diz respeito às rodovias estaduais e também as federais, a falta de sinalização é uma realidade, independente de quem for o governo, eu tenho uma teoria e ao mesmo tempo uma prática comigo, de que quando você não consegue fazer novas rodovias, primeiro deve, no mínimo, sinalizar as existentes. Então o meu pedido que eu vou formalizar esta semana para Secretaria de Infraestrutura é para que providencie a sinalização, seja ela vertical ou horizontal, e a limpeza nas próprias rodovias, porque nós estamos em pleno inverno e essa neblina em rodovias que não tem sinalização, é um perigo eminente para acidentes não só com danos materiais, mas também muitas vezes acidentes que envolvem as pessoas, os usuários, e muitas vezes levando até a óbito. Então é um problema sério, e Santa Catarina deixa muito desejar, repito, tanto nas rodovias federais quanto nas estaduais. A falta de sinalização na vertical e na horizontal eu ainda não tive um retorno da secretaria, mas fiz um pronunciamento e não a formalização, mas essa semana vou encaminhar a formalização, ou seja, o pedido formal para que o Estado tome as iniciativas, mas até o momento isso ainda não aconteceu.


CN: Recentemente, o novo presidente da Associação Empresarial de Canoinhas (Acic), afirmou que uma das bandeiras de sua gestão é lutar pela revitalização da SC-477. Mesmo com inúmeras promessas e sinalizações de projetos, efetivamente os motoristas ainda não viram resultados. Como o parlamento, e consequentemente o Sr., vem discutindo essa questão junto ao Governo do Estado?

Sílvio Dreveck: Sem dúvidas a SC-477 se encontra em estado precário, e a comunidade tem toda a razão em cobrar melhorias. Fiz recentemente um pedido de informação sobre qual fase se encontra o projeto de recuperação da rodovia, mas até o momento, ainda não obtive respostas.


CN: Como o Sr., como pessoa pública e diretamente ligada à política estadual, avalia a gestão Moisés/Daniela?

Sílvio Dreveck: Em relação ao governo do Carlos Moisés e da Daniela que é a vice, nós tivemos dois anos praticamente sem ação nenhuma por conta dos problemas que haviam de relacionamento com a Assembleia Legislativa. Mas nós temos que reconhecer que a partir do segundo ano em diante, e nós já estamos indo para o quarto ano, aí sim houveram recursos, recursos esses parcialmente economizados por parte do próprio governo, e também, temos que reconhecer que nesse período de pandemia foi suspensa a dívida que o Estado tem com a União, que são 10 bilhões de reais. Portanto é uma dívida de longo prazo que vai até 2048, mas como houve a suspensão de todas as dívidas, tanto do Governo Federal, quanto dos bancos, isso deu uma economia muito grande para o Estado, somado à elevação dos preços no combustível, da própria energia, então aumentou a receita e o Governo está colocando dinheiro nos municípios, o que é muito bom, por outro lado, nós precisamos de obras regionais que ainda merecem a atenção por parte do Governo, principalmente de recuperação de rodovias já existentes.


CN: Espiridião Amin (PP), líder histórico dos Progressistas de Santa Catarina tem se posicionado como pré-candidato ao Governo do Estado. Em outra esfera, o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (PP), que é outra liderança estadual do partido, tem se inclinado a apoiar a reeleição do Moisés (Republicanos). Qual cenário o Sr. acha que seria mais favorável para os Progressistas neste momento?

Sílvio Dreveck: O Esperidião Amin está hoje como nosso pré-candidato a governador, porque nós convidamos o governador Carlos Moisés para vir para o nosso partido, fizemos isso institucionalmente, mas o governador optou por uma outra sigla. Depois nós solicitamos uma participação na majoritária, se ele nos daria a vice ou Senado, mas isso não aconteceu, então nós continuamos com o nosso pré-candidato e vamos para a convenção, que vai ser ainda no mês de julho. Nós temos prefeitos e vice-prefeitos por todo o Estado, mas também temos 200 municípios em que não temos prefeitos e nem vice-prefeito, mas nesses, nós temos vereadores, presidentes de partido, então há uma decisão partidária de que o Espiridião Amém é o nosso candidato a governador, e com relação ao prefeito de Tubarão, nós lamentamos a posição dele, respeitamos, mas vamos para a convenção e na convenção. Aqueles que estão que não estão apoiando o nosso pré-candidato Espiridião Amin, podem apresentar evidentemente uma outra alternativa, ou um outro projeto qual seja, e quem vai deliberar são convencionais. Nós estamos dispostos a ter essa decisão partidária que já foi feita com a grande maioria dos municípios, mas agora é a convenção que vai decidir, e na convenção nós vamos tomar a decisão. Se for com a candidatura do Esperidião, que eu acredito que mesmo que nós tenhamos municípios que não temos prefeitos ou vice-prefeito, nós temos 40 pré-candidatos a deputado estadual entre homens e mulheres e temos 16 federais entre homens e mulheres, e vamos para o projeto sim, buscando alianças com outros partidos para a majoritária, para decidir a nossa candidatura, e assim, para candidatura do Esperidião Amin. Vamos para o processo eleitoral que é democrático e legítimo, respeitando as posições individuais, mas não deixaremos de ter o nosso pré-candidato.


CN: Santa Catarina é um Estado que, ao que tudo indica, deve depositar a maioria de seus votos favoráveis à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem uma boa relação com Espiridião Amin (PP). Entretanto, o pré-candidato à governador de SC pelo PL é o senador Jorginho Melo (PL). Nesse cenário, como você enxerga essas composições no momento, do ponto de vista do seu partido, tendo hoje, por exemplo, Melo com o provável apoio da "ala bolsonarista" e Moisés, com o apoio do MDB, que elegeu quase metade dos prefeitos do Estado em 2020?

Sílvio Dreveck: O presidente Bolsonaro esteve em nosso partido por praticamente 25 anos, conhece muito bem o senador Espiridião Amin, que está apoiando o presidente Bolsonaro, e nosso partido está junto do Governo Federal, tem ministros, tem líderes do governo, portanto, a candidatura do Esperidião Amin é uma candidatura que apoia Jair Bolsonaro, e do Jorginho Melo também. Se o Jorginho Melo entender que é candidato a governadora, apoiando o nosso presidente Jair Bolsonaro, eu acho que vai somar, e com isso pode ajudar inclusive o próprio presidente se reeleger.


CN: Diferente das eleições anteriores, onde disputou uma vaga na Alesc, em 2022 o Sr. deve concorrer a uma vaga no Congresso Nacional. O que te motivou a tomar essa decisão?

Sílvio Dreveck: Eu estou motivado a concorrer uma vaga na Câmara Federal, primeiro, nós tivemos na última eleição um prejuízo muito grande para o Planalto Norte Catarinense, ou seja nós tínhamos três deputados, dois estaduais e um federal, e ficamos sem ninguém, e isso nos trouxe um prejuízo de toda a ordem econômica e social, de obras importantes que só começaram a andar depois que eu vim para a Assembleia, algumas são coincidências, outras não, mas o fato é que sem representação nós ficamos sem voz, ficamos sem a presença do Planalto Norte aqui na Assembleia Legislativa e também na Câmara Federal. Fazendo uma avaliação, eu já estou no quarto mandato de deputado estadual, já na última eleição já tinha me projetado para ir a federal acabei não indo, agora tomei essa decisão, vendo que é uma necessidade para nossa região ter deputados estaduais e federais. Eu me propus a ser esse representante da nossa região à federal. Acredito que é um projeto que tem a viabilidade, primeiro porque na nossa região tem menos candidatos a deputado federal do que estadual, segundo porque é uma região que tem no mínimo 300 mil eleitores. Eu somei também com outras regiões, como a região de Joinville, no Vale do Itajaí, região Sul, Meio Oeste e Oeste, o Alto Vale do Itajaí, então tem mais de 100 municípios que eu tenho percorrido e estou muito confiante que nosso Planalto Norte poderá ter um representante lá em Brasília.


CN: Como o seu eleitorado tem enxergado esse seu posicionamento como pré-candidato à deputado federal?

Sílvio Dreveck: Nas minhas andanças e nos meus roteiros que eu tenho feito, e na Assembleia, com quem eu tenho feito contatos e recebido muitos vereadores, muitos prefeitos e vice-prefeitos, tenho feito reuniões em mais de 100 municípios, fui recebido muito bem. Em todos os municípios eu estou tendo um apoio muito importante para uma pré-candidatura, e acredito que o eleitorado está vendo isso como uma grande oportunidade para termos um representante lá na Câmara Federal.


CN: Quais os projetos de relevância para o planalto norte o Sr. pretende levar para Brasília?

Sílvio Dreveck: Como legislador eu não posso ter proposta nem realizações de obras. Em primeiro lugar, é importante ter bandeira sim e ter um deputado lá presente. P Presidente da República, independente de quem for, ele não vai vir a Canoinhas ou Três Barras, não porque ele não queira, mas não tem como ele estar aí, e quem deve estar lá pedindo e solicitando é o deputado da região, é o deputado que leva os pedidos seja do sistema viário, da saúde, da educação, da assistência social, problema de energia, então é o deputado que vai estar lá presente, defendendo os nossos interesses, e minhas bandeiras já são conhecidas. Eu sempre fui batalhador do sistema logístico, seja das ferrovias de Santa Catarina, dessa ligação do Mato Grosso - Paraná - Santa Catarina que não tem andado, batalhei muito e vou retomar essa bandeira novamente das ferrovias. Vou sim trabalhar pelo sistema rodoviário. Pois nós precisamos de melhorias em toda a nossa região, e a saúde, que sempre há uma necessidade de estar ajudando nossos hospitais e a saúde como um todo. E além disso, a educação, que eu vejo como uma necessidade de mudar a sua grade curricular. Nós vemos hoje no ensino médio e ensino técnico os jovens iniciam e desistem, outros não frequentam a escolaridade do ensino médio ou técnico, e a pergunta é: será que é o jovem que está errado ou será que nós que não estamos oferecendo cursos adequados de acordo com o que o mercado está pedindo? O que a indústria pede? O que o comércio pede? Vemos muitas empresas criando suas próprias escolas para dar cursos de aperfeiçoamento, qualificação, para os nossos jovens. Então eu penso que essa é uma grande bandeira para fazer com que o nosso jovem tenha uma oportunidade profissional, e também poder aquisitivo melhor, então, a qualificação melhor para a profissão e qualificação técnica também, e uma renda melhor para si e para seus familiares. Então acredito que eu tenha essas posições, e outras que vem, mas as principais que eu posso destacar são essas.