Em entrevista exclusiva, o secretário de desenvolvimento regional diz que pretende valorizar mais sua saúde
CANOINHAS ? O abatimento no rosto de José João Klempous, secretário de desenvolvimento regional de Canoinhas, é visível. Mais magro, mas sem perder a simpatia, marcante em sua personalidade desde que começou a militar na política, Klempous parece exalar uma paz que difere do estilo agitado e nervoso que costuma exibir. Não poderia ser de outra forma. Depois de passar dezoito dias internado na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba-PR, nove dos quais na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de ter passado por 4 cirurgias, Klempous surpreende ao dizer que foi uma experiência boa. ?Sinto que nasci de novo.?, afirma. Em entrevista exclusiva ao Correio do Norte, Klempous conta sobre os momentos em que pensou que estava morrendo, seus planos daqui para frente e a situação da Secretaria de Desenvolvimento Regional:
Correio do Norte: O que exatamente o senhor foi fazer na Santa Casa de Misericórdia?
Klempous: Era para ser uma cirurgia simples (na verdade duas: angioplastia e cateterismo). Durante a cirurgia de angioplastia, estourou uma veia, então, os médicos fizeram uma segunda cirurgia de emergência. Fizeram um corte próximo ao tórax para drenar o coração. Essa cirurgia teve que ser feita em 10 minutos. Ao colocar um tubo em um dos pulmões, na pressa, os médicos perfuraram o pulmão, mas isso só foi percebido dois dias depois, quando então foi necessária a quarta cirurgia para reparar a perfuração.
CN: Quais as recomendações médicas após a alta?
Klempous: A recomendação é de que evite qualquer tipo de esforço físico ou emocional por 120 dias. Por isso, estou cumprindo de uma a duas horas por dia na Secretaria, mas em setembro pretendo assumir todas as minhas funções, dependendo da recuperação das cirurgias. Enquanto isso, ontem (10), fiz uma reunião com todos os meus gerentes (responsáveis por áreas da Regional), dando-lhes plena autonomia para administrarem suas gerências. Prestando as devidas informações à comunidade. O fato de gerenciarem suas áreas já por mais de um ano e meio lhes dá condições de se responsabilizarem totalmente por suas áreas. Os gerentes estão liberados para tomar decisões, dentro de suas áreas, de acordo com seus limites constitucionais.
CN: Como estão andando os processos de liberação de recursos para a região?
Klempous: O assessor jurídico da Regional, Alessandro Décio Damaso, está hoje (11) em Florianópolis apresentando junto com diretores da Empresa Mili (de Três Barras), um projeto de investimento, por parte da empresa, no valor de R$ 30 milhões. O objetivo é agilizar a liberação de recursos para a obra do desvio do asfalto que separa a empresa. Quanto às obras de reconstrução do Almirante Barroso, já foi aprovada a autorização da Secretaria da Fazenda para a descentralização de recursos aprovados, para a viabilidade financeira das obras da escola. Aguardamos a chegada desse dinheiro para darmos início às obras. Para isso, basta somente uma assinatura do governador.
Nos casos das escolas Gertrudes Muller e General Osório, os recursos já estão disponíveis na Regional.
CN: Comentários na imprensa davam conta de que seus problemas de saúde foram resultados de pressões na Regional. O senhor concorda com isso?
Klempous: Sou um homem acostumado a desafios. Fazem parte da minha vida. Não é do meu feitio usar de uma coisa que para mim parecia normal (as cirurgias), mas que complicou, para fazer sensacionalismo. A opinião pública merece respeito. O desgaste existe em qualquer lugar. Os desafios são estimulantes. Sinto que nasci de novo. Tenho uma missão a cumprir e vou cumpri-la em parceria com todos.
CN: E sobre os comentários de que as regionais serão compactadas?
Klempous: Boatos da oposição. Na verdade serão criadas mais duas secretarias.
CN: Que lição o senhor tira desses dezoito dias no hospital?
Klempous: Se o meu próximo vai bem, eu vou bem. É preciso respeitar o próximo para que eu seja respeitado. Não adianta achar que está só, que não irá precisar de ninguém. Durante esses dias fiquei a mercê de uma equipe médica jovem, mas competente e educada. Só tenho a agradecer.
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