Vereadores alegam falta de tempo para atender a população para criar cargos

Edinei Wassoaski

CANOINHAS

 

A Câmara de Vereadores de Canoinhas aprovou na primeira sessão extraordinária do ano, na segunda-feira, 12, por sete votos a dois, a criação de 10 cargos de assessores ? um para cada vereador. Cada um vai receber salário de R$ 1,3 mil mensais, uma despesa de R$ 871 mil nos próximos quatro anos. Os assessores têm como obrigação trabalhar oito horas por dia, mas não precisam ficar na Câmara, até porque não há espaço físico para eles. Todas as manhãs eles precisam assinar livro-ponto e a partir de então estariam liberados para ?atender a comunidade?.

Segundo o presidente da Câmara, Célio Galeski (DEM), os assessores não trabalharão necessariamente dentro da Câmara, mas também externamente. Galeski cita como exemplo da necessidade de assessores, a grande procura por parte da população atrás dos vereadores. ?Se o assessor não estiver ali ele será chamado para atender a pessoa, acompanhá-la em uma Secretaria, orientá-la, etc?, explica o presidente.

Alexey Sachweh (PPS) e Beto Passos (PT) foram os únicos a votar contra o projeto, que passou em duas sessões ? uma seguida da outra ? na segunda-feira.

Alexey disse que era a favor somente da criação do cargo de assessor jurídico. Cirilo Matsuo Fujita já está trabalhando como assessor jurídico, assim como Renato Cepeda, que é funcionário antigo da Casa. ?Voto contra em respeito a comunidade. Acho que o dinheiro gasto em salários com estes novos assessores poderia ser gasto em outra coisa?, declarou.

À tarde, durante reunião a portas fechadas, os vereadores a favor do projeto haviam pedido aos contrários ao projeto que não se manifestassem.

Beto sugeriu que fosse desmembrado o cargo de assessor jurídico do projeto, já que o cargo já existe (ano passado foi ocupado por Gilney Guimarães). Ele afirmou que o desemprego acentuado no País e a atual realidade econômica são incompatíveis com a criação dos cargos.

Tanto Beto quanto Sachweh não pretendem contratar assessores. Galeski não soube dizer se a Lei permite que outro vereador preencha as vagas que deveriam ser preenchidas por Beto e Sachweh.

Wilson Pereira (PMDB) sugeriu emenda substitutiva retificando o salário dos assessores. Com a emenda, que foi aprovada, o salário de R$ 1,5 mil passou a R$ 1,3 mil. A emenda fixa como requisito que o assessor tenha nível médio completo ou cursando.