Todos os municípios do Planalto Norte apresentaram alta; Major Vieira foi o que apresentou maior índice

Edinei Wassoaski

CANOINHAS
 
A crise que afeta todos os setores da economia mundial não causou tantas dores de cabeça no setor produtivo como se esperava. Pelo menos em 2008, não. Todos os municípios da região receberam aumento no repasse das parcelas mensais do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que compreende tudo o que o setor produtivo de uma cidade comercializa por meio de notas fiscais. A maior alta foi registrada em Major Vieira (aumento de 25,96% em relação a 2007). Quando foram divulgadas as previsões para o repasse em 2008, o então prefeito da cidade, Orildo Svergnini (PMDB), explicou que o índice não é obra do acaso. No ano passado, a prefeitura realizou uma grande campanha por meio da Secretaria de Agricultura visando incentivar os agricultores a comercializarem com notas fiscais. A campanha impulsionou o aumento da arrecadação.
 
CENÁRIO SOMBRIO
 
O resultado positivo de 2008 não deve se repetir este ano. Os motivos são evidentes. “Sofremos uma queda de 20% na arrecadação nos primeiros meses do ano”, conta o prefeito de Major Vieira, Israel Kiem (DEM). O motivo é evidente. A crise chegou mais tarde na região, mas chegou com força.
A queda de arrecadação do ICMS no mês de janeiro em Canoinhas chegou a 15%, conforme noticiou o CN.
O Serviço Nacional do Emprego (Sine), que atende aos municípios de Canoinhas, Bela Vista do Toldo, Major Vieira, Três Barras, Irineópolis, Monte Castelo e Timbó Grande somente nos dois primeiros meses de 2009, registrou 510 pedidos de seguro-desemprego. À medida que a crise se agrava dentro e fora do Brasil, as previsões se tornam mais sombrias. Somente no mês de março mais 351 pessoas foram demitidas na região atendida pelo Sine Canoinhas, aumento de 23% em relação ao mês anterior.
 
Joinville mantém liderança no Estado
 
A cidade catarinense que registrou maior crescimento em repasses foi Guabiruba. O município recebeu, em 2007, R$ 3,2 milhões. Já em 2008, o montante passou de R$ 4,5 milhões – um aumento de 42,35%.
Completam a lista dos cinco que mais cresceram em repasses os municípios de Barra Velha (que cresceu 39,01%, saltando de R$ 4,1 milhões para R$ 5,7 milhões), Bom Retiro (que cresceu 35,44%, saltando de R$ 2,6 milhões para R$ 3,6 milhões), Agrolândia (que cresceu 33,02%, saltando de R$ 2,3 para R$ 3 milhões) e Palhoça (que cresceu 33%, que saltou de R$ 8 para R$ 11 milhões).
 
MAIORES QUEDAS
 
Entre as cidades que tiveram baixas no montante repassado, Ponte Alta do Norte teve o pior número. Em 2007, o município recebeu R$ 2,7 milhões. Em 2008, com uma queda de -22,3%, o repasse recebido foi de R$ 2 milhões.
Itá (com queda de -11,6%, caiu de R$ 11,4 milhões para R$ 10,1 milhões), Palma Sola (com queda de -11,5%, caiu de R$ 2,8 milhões para R$ 2,5 milhões), Ouro Verde (com queda de -10,7%, caiu de R$ 2,4 milhões para R$ 2,1 milhões) e Presidente Nereu (com queda de -8,2%, caiu de R$ 1,5 milhão para R$ 1,4 milhão) seguem a lista dos resultados mais negativos.