Prefeito de primeira viagem, Israel Kiem (DEM) faz um balanço do início do mandato

Edinei Wassoaski

MAJOR VIEIRA
 
Passada a fase do tapinha nas costas, visitas de cortesia e desejos de “bom governo”, Israel Kiem (DEM), que assumiu a prefeitura de Major Vieira este ano, começa a perceber que nem tudo são flores na administração municipal. O segredo para não se assustar? “Uma boa equipe”. Confiante em relação a competência dos assessores, Kiem demonstra muita disposição para acertar, como transparece na entrevista a seguir, na qual fala de obras, política e da herança nada agradável herdada da gestão anterior. Acompanhe.
 
Deu para sentir o que é, de fato, ser prefeito?
Aprendo todo dia, mas estou muito feliz. Dá pra perceber a diferença entre o legislativo, de onde venho, e o executivo. O bom é que o povo majorvieirense entende muito bem a situação.
 
Por ser uma cidade interiorana, a prefeitura administra muito mais questões pessoais.
Aqui é no corpo-a-corpo, aqui você conhece todo mundo, casa por casa. Esse é o diferencial.
 
Na entrevista passada o senhor estava começando a tomar pé da situação da prefeitura. Hoje já dá pra fazer um diagnóstico de como o senhor assumiu a prefeitura?
Algumas coisas sim. Estamos pagando uma dívida de R$ 30 mil mensais referente a um calçamento, além de um parcelamento de INSS (o Governo Federal aguarda aprovação no Senado de um re-parcelamento das dívidas de INSS dos municípios) e uma dívida de R$ 800 mil em salário atrasados que vem de antes da gestão anterior. As duas dívidas totalizam cerca de R$ 1 milhão. Um valor alto para um município com a arrecadação de uma cidade pequena como a nossa.
 
O senhor pretende pagar os salários atrasados?
Sim, vai ser pago, mas estudamos uma forma de parcelar, para não inviabilizar a administração do município.
 
Funcionários processaram o município?
Sim. Está na Justiça.
 
Quais as necessidades mais urgentes do município?
Em primeiro lugar está a saúde e isso é prioridade em qualquer lugar. Hoje, temos oito médicos trabalhando e quatro morando no município. Isto é o desejo de qualquer prefeito, garantir o atendimento ao munícipe na hora em que ele precisa. Temos hoje um médico para cada 900 habitantes (a Organização Mundial de Saúde considera um médico por cada 300 habitantes o ideal), o que é bom demais para uma cidade do porte de Major Vieira.
Além disso, hoje nosso Hospital é modelo, com índice de infecção quase zero. Compramos ainda dois veículos novos para o Programa Saúde da Família.
A próxima prioridade é a agricultura. Para se ter uma ideia, o que foi distribuído de calcário este mês, levou o ano inteiro passado para ser distribuído. Isso faz com que tenhamos uma excelente safra. Queremos ainda formar uma patrulha agrícola e comprar um trator.
 
O senhor esteve recentemente em Brasília. Quais suas impressões?
Brasília é onde está o dinheiro. Foi muito boa a receptividade. Estivemos em vários gabinetes, fomos muito bem recebidos, mas agora vem a conquista por meio de projetos. Ano que vem é eleitoral, as chances são maiores (de conseguir recursos), mas embora eu tenha um partido, aquela pessoa que ajudar o município, independente da questão partidária, terá nosso apoio. Ele merece fazer votos na nossa cidade. Tem de ser uma mão de duas vias. Temos de ajudar quem nos ajuda.
 
Qual foi a principal reivindicação?
Trabalhamos bastante na questão agrícola. Mais tratores, mais máquinas, visando oferecer um bom trabalho para o homem do campo, tentando fixá-los na agricultura e evitar o êxodo rural.
 
Major Vieira sentiu queda na arrecadação?
Todo mundo está sofrendo. No mês de abril houve 8,9% de queda em relação ao ano passado. O problema quando cai a arrecadação é manter as contas em dia.
 
A produção agrícola caiu?
Sim. A gente percebe isso pela emissão de notas fiscais.
 
Que ações estão sendo realizadas hoje no município?
Melhorias em todas as estradas, além de vários projetos que estão sendo encaminhados. Não gosto de falar sobre o que quero fazer, prefiro agir e depois contar.
 
Como está seu relacionamento com a Câmara?
Muito bom. Estamos todos dispostos a desenvolver o município.