A cerca de 500 metros da ponte precária, estrutura criada pela Lumber está abandonada
Edinei Wassoaski
CANOINHAS
A reivindicação é antiga. As respostas vêm lentamente. Até agora, no entanto, nada foi feito de concreto para solucionar a precariedade da ponte de madeira que liga os distritos de Marcílio Dias (Canoinhas) a São Cristóvão (Três Barras).
A solução, no entanto, pode ser mais fácil do que se imagina.
A menos de 500 metros da ponte de madeira, está uma majestosa estrutura de ferro construída em 1913, mas até hoje intacta. A ponte de ferro, quando criada, tinha a mesma função. Ligar os dois distritos. A durabilidade da ponte só não é mais impressionante porque a madeira que sustenta os trilhos está apodrecendo, mas mesmo com quase 100 anos exposta ao tempo, a madeira está em melhores condições que a que sustenta a ponte vizinha. “Aquilo ali é coisa que nunca mais termina”, resume o ex-vice-prefeito de Canoinhas, Adão Tadra Latch, morador de Marcílio Dias que teve a ideia de reformar a ponte de ferro, o que, segundo ele, deve representar uma substancial economia de dinheiro. Latch diz que já compartilhou a proposta com muitas pessoas, incluindo políticos, mas ninguém abraçou a ideia.
PONTE ESTÁ SOB DOMÍNIO DA ALL
Tanto a prefeitura de Três Barras quanto a de Canoinhas reconhecem que nunca cogitaram a ideia de abandonar a ponte de madeira e adotar a ponte de ferro. A questão, no entanto, não é simples. Construída pela Brazil Railways, administradora da Lumber, a ponte foi possivelmente inaugurada junto com a Estação Ferroviária de Marcílio Dias em 1.º de abril de 1913, cogita o historiador Fernando Tokarski.
Com a derrocada da Lumber na década de 1950, a ponte passou para o patrimônio do Governo Federal. Na década de 1980, quando começou a agonia das ferrovias, a América Latina Logística (ALL) venceu licitação para explorar o que havia restado delas. A propriedade, no entanto, sempre foi da União.
A questão é que desde então, a ALL nunca usou o trecho que comporta a ponte. Hoje, o aspecto de abandono domina a ponte. O mato cresce entre a madeira que começa a apodrecer. Nos arredores, a ponte é mais lembrada como ponto de uso e tráfico de drogas do que como memorial aos áureos tempos em que a estação de Marcílio Dias funcionava a todo vapor.
A assessoria de imprensa da ALL não soube informar qual funcionário da empresa seria responsável por responder sobre a ponte.
VERBA GARANTIDA
Depois de anos de reivindicações, somente este ano houve avanço nas negociações para reformar a ponte de madeira. Projeto orçado em R$ 900 mil recebeu emenda parlamentar do deputado federal e secretário estadual de Infraestrutura Mauro Mariani (PMDB) no valor de R$ 400 mil. A liberação do recurso, até completar todos os passos do rito governamental, deve demorar alguns meses para chegar aos municípios. O restante do valor deve ser dividido entre as duas prefeituras. Datas, por enquanto, não foram anunciadas.
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