Promessa de campanha de Jorginho preocupa diante do déficit na Previdência estimado em R$ 6,1 bilhões
-
(Fotos: )
O então candidato, Jorginho Mello (PL), defendeu a revisão nos 14% descontados dos aposentados que ganham acima do salário mínimo.
A conta é simples, todo ano, o tesouro estadual precisa socorrer o Instituto de Previdência do Estado, Iprev, que é de onde vem os valores para pagar os aposentados e pensionistas do serviço público. Em 2022, foram R$ 5,4 bilhões, recurso que falta na hora do Estado investir em infraestrutura, educação, saúde etc. Este ano, segundo cálculos do governo, a soma deve chegar a R$ 6,1 bilhões. Na prática, a promessa do governador, se concretizada, vai aumentar essa diferença. A não ser que os técnicos do Iprev encontrem uma solução diferente, vai sobrar menos recurso para investir.
Em reunião realizada na comissão de Segurança Pública da Alesc, a Aprasc - Associação dos Praças de SC - lembrou da promessa de campanha de Jorginho. Segundo o presidente da entidade, Nilton Cesar Facenda, a cobrança da alíquota de 14% da previdência no contracheque impactou a vida de mais de 12 mil famílias dos militares da reserva, reformados e pensionistas. A categoria é importante reduto de eleitores de Jair Bolsonaro (PL) e por consequência do governador catarinense.
Dois parlamentares do partido de Jorginho e ligados aos militares, Jessé Lopes e Sargento Lima, se posicionaram em defesa do governo. “Está sendo estudada a adoção de um plano de previdência diferenciado para buscar reverter essa situação dos militares catarinenses”, informou Lima, ele ainda previu para setembro a possibilidade do governo apresentar um posicionamento a respeito dessa demanda específica. Lopes foi mais enfático: "o governador nos confirmou que está em análise no Iprev a revisão desse desconto, dessa situação. Será uma conquista. Vai acontecer”.
Nos corredores da Assembleia, no entanto, aliados de Jorginho são céticos quanto à esta promessa de campanha. "Ou ele atende os aposentados e desequilibra o sistema ou terá que explicar por que não vai poder cumprir", detalhou uma fonte aliada ao executivo, que lembrou ainda do quanto o governo vai precisar para bancar o projeto Universidade Gratuita.
Debate
Jorginho esteve reunido com os presidentes do Iprev e da SCPrev, Vanio Boing e Célio Peres, para debater propostas visando melhorar a administração dos benefícios previdenciários em Santa Catarina. O encontro também reuniu chefes dos três Poderes do Estado, além do Grupo Gestor de Governo, e abordou o atual cenário da previdência. “Este é um tema que precisa ser encarado de frente, com muito cuidado e muita responsabilidade, por isso fiz questão de chamar vários atores à mesa. Vamos avançar, aprofundar e entender todas as possibilidades de melhorar a administração da previdência do estado", disse o governador.
Deixe seu comentário