No Sangue 2, tubos foram depositados em plena rua há mais de meio ano; mas obras vão demorar
Edinei Wassoaski
CANOINHAS
Há dois anos o CN mostrou a situação caótica do bairro Preciosíssimo Sangue 2, com dezenas de casas com fossas a céu aberto oscilando entre frente e fundos.
Como a maioria dos moradores do bairro é de pessoas de poucos recursos, inviabiliza a compra de uma fossa séptica, por exemplo. Outro agravante é o fato de o Preciosíssimo Sangue 2 ser um bairro bastante plano. Como muitas das fossas caseiras estão abertas ou semi-abertas, com a chuva, elas transbordam, escoando lixo para a rua.
A reportagem sensibilizou os vereadores e no final de 2007 o então presidente da Câmara, Tarciso de Lima (PP), devolveu R$ 200 mil da sobra de repasses do executivo para que a prefeitura comprasse fossas sépticas ou tubos para viabilizar o saneamento no bairro.
A compra dos tubos, e não das fossas, aconteceu somente em agosto do ano passado, não sem antes o prefeito Leoberto Weinert (PMDB), que concorria a reeleição, ter reunido os moradores no Parque de Exposições Ouro Verde para um comício no qual prometeu resolver o problema. A ação, no entanto, não passou dos tubos e acabou criando outro problema para os moradores do bairro. Mais de 50 tubos estão depositados na estreita rua Florindes, principal acesso do bairro. Os moradores reclamam e os motoristas encontram dificuldade para manobrar diante do obstáculo. “As crianças é que aproveitam, brincando com os tubos”, conta uma moradora. Outra, mãe de duas meninas, mostra preocupação. “Tenho medo que elas se machuquem”.
Alguns tubos, inclusive, estão quebrados e muitos desapareceram.
PREFEITURA PRECISA DE MAIS TUBOS
Fernando de Oliveira, secretário de Obras de Canoinhas, explica que a compra dos tubos aconteceu quando ele estava em campanha para a Câmara de Vereadores e, portanto, afastado da Secretaria. “Para iniciarmos a obra é necessário a compra de pelo menos a mesma quantia de tubos que está lá”, explica, lembrando que para que o trabalho seja bem feito, será necessário que outra rede seja instalada na rua ao lado da Florine. Ele explica ainda que o engenheiro da Secretaria está fazendo um levantamento para a compra de mais tubos e que, em no máximo 10 dias, terá um posicionamento sobre o início das obras.
A ideia é criar uma rede de escoamento de esgoto. Para tanta, as famílias terão de providenciar filtro e fossa séptica. Como o próprio Oliveira reconhece, no entanto, nem todas as famílias terão condições financeiras de comprar o material, o que pode comprometer a obra.
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