Empresário do ramo têxtil e do agronegócio, Antídio Lunelli tem mandato de destaque como deputado estadual

Quem conhece a história de Antídio Lunelli não se surpreende com o resultado dos seus primeiros meses como deputado estadual de Santa Catarina. Terceiro mais votado em todo Estado, Lunelli tem uma trajetória de vida surpreendente. Cresceu na roça em meio aos trabalhos com a família. Ainda jovem, fundou, na garagem da casa de um familiar, a Lunelli, hoje uma das maiores indústrias têxteis de Santa Catarina.

Com o sucesso da empresa de faturamento bilionário e eleita uma das melhores para se trabalhar no Brasil, ele decidiu enfrentar novos desafios. Em 2016, foi eleito prefeito de Jaraguá do Sul.

Lunelli fez uma administração aos moldes das boas práticas de gestão que aprendeu na iniciativa privada. Enxugou gastos, modernizou as leis e os sistemas. Adotou políticas rígidas de controle e desburocratizou. Com isso, aumentou o percentual de investimento próprio do Município de 3% para 21%.

E isso não é apenas matemática, é o que proporcionou um governo de entrega. Obras na saúde, reforma em todas as escolas, recorde de obras de pavimentação, construção dos três primeiros parques públicos da cidade, prêmio de melhor gestão municipal.

Com isso, o resultado alcançado em 2020 era esperado, e ele foi o primeiro prefeito reeleito da história de Jaraguá do Sul. Fez mais de 70% dos votos.

E seu nome acabou sendo ventilado em todo Estado como alguém que poderia fazer uma gestão diferente no governo de Santa Catarina. Lunelli se dispôs ao desafio, mas o MDB acabou fazendo uma aliança com Carlos Moisés.

Lunelli preferiu então apoiar a candidatura de Jorginho Mello (PL) ao governo e se lançou como deputado estadual. Agora, com oito meses de mandato já é possível ter convicção de que a atuação dele na Alesc também será de muito destaque.

CN: Como o senhor avalia os primeiros oito meses de mandato?

Lunelli: O primeiro semestre foi de adaptação. Sempre fui executivo, uma pessoa de ação e decisão. Na Assembleia Legislativa, tive que aprender a ouvir mais, ter mais paciência. Mas, aos poucos, fui conseguindo levantar temas e projetos que considero muito relevantes para o futuro de Santa Catarina.

CN: Quais as suas principais áreas de atuação na Alesc?

Lunelli: Tenho focado bastante minha atuação nas questões de infraestrutura, sou presidente da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano. O governador Jorginho Mello pegou o Estado com 73% das estradas consideradas em péssimas condições. E, agora, com o programa Estrada Boa, a expectativa é que a gente consiga reverter isso.

Também me preocupo com as questões que envolvem gestão, e resultado. Porque no Brasil estamos acostumados a pagar impostos de primeiro mundo e receber serviços públicos de terceiro. Não pode. Temos que ter educação, saúde, segurança e infraestrutura de ponta. Pagamos por isso.

CN: O senhor fala bastante sobre saneamento básico. É um tema que lhe preocupa?

Lunelli: Muito. Mais da metade dos municípios de Santa Catarina não contam com esgoto tratado. Vimos o que aconteceu no último verão. Praias impróprias para banho e as pessoas ficando doentes. Em Jaraguá do Sul, entreguei o governo com 90% do esgoto tratado. Saneamento básico é básico, como o próprio nome diz. Mas muitos prefeitos não querem fazer, porque é caro, você tem que fazer buraco na cidade inteira, as pessoas reclamam. Mas quem assume um cargo público precisa ter consciência que tem responsabilidade com o futuro. Voto, depois, é consequência. 

CN: O senhor também tem feito críticas ao governo federal. Como avalia?

Lunelli: Não é segredo para ninguém que sou um político de centro direita. Defendo um governo que se preocupe menos em arrecadar e mais em entregar. Vou torcer sempre pelo Brasil, mas minha visão de gestão, de ética, de valores, são muito diferentes daquilo tudo que é pregado pelo PT. Imagina, 38 ministérios. Agora querem a volta do imposto sindical. O que me deixa menos assustado é o fato de que nos últimos anos o Brasil passou por uma série de reformas que são capazes de evitar um mal maior. A população também está atenta e não vai permitir que o PT transforme o Brasil em uma Venezuela. 

CN: Na educação, qual seu panorama?

Lunelli: Temos que promover uma melhora significativa no Ensino Médio. Andei por todo Estado e me assustei com a quantidade de escolas estaduais sem infraestrutura. A escola é a segunda casa do aluno. Tem que ser um ambiente agradável, bonito, limpo, que lhe faça sonhar com um futuro melhor. A qualidade do ensino também precisa melhorar significativamente. Temos que ter professores bem remunerados, motivados e muito, mas muito, preparados.

CN: Segurança é outro ponto que vemos bastante nas suas ações. É uma das suas prioridades?

Lunelli: Com certeza. Não existe qualidade de vida quando um pai e uma mãe não têm tranquilidade para deixar seu filho na escola, ou então, para que ele saia com os amigos, que vá jogar bola. Segurança é fundamental. Temos, em algumas regiões, uma defasagem no número de policiais e estamos atuando junto ao governador Jorginho Mello para reverter essa situação. Além disso, defendo que as Prefeituras reforcem seus convênios e que a sociedade se aproxime mais das forças de segurança. Esse trabalho de parceria é um modelo que dá muito certo.

CN: O senhor ainda pretende concorrer para ser governador de Santa Catarina?

Lunelli: Olha, sou um homem de gestão, que gosta de enfrentar desafios, de mudar o que precisa ser mudado. Gosto de administrar, de implantar mudanças. Tenho uma visão muito clara do que precisamos fazer para colocar Santa Catarina em outro patamar, para entregar mais, termos melhores serviços. E entrei na vida pública para fazer a diferença, para ajudar a construir um futuro melhor. Essa é a minha motivação. Vamos ver o que vai acontecer. Torço bastante pelo governador Jorginho, sou parceiro, acredito que ele vá fazer um bom governo. Vamos construir.