Vigilância Epidemiológica emitiu uma nota técnica sobre a doença

O caso que deixou as autoridades de saúde do município em alerta refere-se a um cão vindo de Florianópolis, que é considerada área de transmissão da doença desde 2010. O animal era de rua e foi adotado temporariamente por canoinhenses até ser adotado em definitivo por morador residente em município da região. Com o surgimento dos sintomas no cão, houve a suspeita dos médicos veterinários do município para a LVC, e posterior confirmação laboratorial da doença, se fazendo necessário o sacrifício do animal. 

Pelo fato de o cão ter passado em nosso município, o alerta deve ser feito a população para que fique atenta a essa doença tão severa para os animais de companhia, mesmo que em Canoinhas ainda não tenha sido encontrado o vetor da LVC.

Em Santa Catarina foram registrados os primeiros casos autóctones de Leishmaniose Visceral Canina (LVC), na localidade de Canto dos Araçás, Lagoa da Conceição, município de Florianópolis, no ano de 2010, e hoje Florianópolis é classificada como área de transmissão da doença. Casos de LVC vêm sendo registrados em outros municípios, bem como Canoinhas, no entanto, durante os processos de investigação epidemiológica concluiu-se que são importados.

O que é a LVC?

A LVC é uma doença transmitida pelo flebótomo também conhecido como 'mosquito-palha' que, ao picar, introduz na circulação sanguínea do reservatório o protozoário do gênero Leishmania. A doença não é contagiosa e a transmissão do parasita ocorre apenas por meio da picada do mosquito fêmea infectado

A maioria dos cães com Leishmania infantum não desenvolve sinais e sintomas clínicos aparentes da doença. Porém, quando esta se manifesta, os mais frequentes são: Apatia (desânimo, fraqueza, sonolência); Perda de apetite; emagrecimento progressivo; feridas na pele, no focinho, orelhas, articulações e cauda que demoram a cicatrizar; descamação e perda de pêlos; crescimento exagerado das unhas; problemas oculares; diarreia com sangue e paresia dos membros posteriores.

Quem transmite?

Insetos chamados flebotomíneos e conhecidos popularmente como "mosquito palha", birigui,tatuíra.

O município de Canoinhas NÃO REGISTROU A OCORRÊNCIA DO MOSQUITO PALHA.

Como se transmite?

A LVC é transmitida somente pela picada de fêmeas de flebotomíneos que tenham se alimentado do sangue de um animal com o parasita Leishmania infantum em seu organismo.

Qual é o Período de incubação da doença?

É bastante variável tanto para o homem, como para o cão. No homem varia de 10 dias a 24 meses. Em média, de 2 a 6 meses, No cão varia de 3 meses a vários anos. Em média de 3 a 7 meses.

 Manifestação da doença no cão

A LVC é uma doença sistêmica grave, de início silencioso e evolução lenta. Os sinais clínicos dependem da resposta imune de cada animal. Assim, o quadro clínico dos cães infectados apresenta um conjunto de características que varia do aparente estado sadio a um severo estágio final.

Diagnóstico 

O diagnóstico da LVC compreende a associação de dados clínicos, laboratoriais e epidemiológicos. A avaliação é somente realizada por um médico veterinário.

A confirmação da doença é feita pelo diagnóstico laboratorial baseado em exames sorológicos e parasitológico enviados ao LACEN -SC (Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina).

É recomendado tratar cães com LV?

Além de ser de alto custo para o proprietário, o tratamento de cães não é uma medida recomendada pelo Ministério da Saúde, uma vez que estudos científicos têm demonstrado que mesmo tratados e com melhora dos sintomas, os animais se mantêm como reservatórios, pois continuam abrigando o parasito em seus organismos, podendo transmití-lo aos insetos vetores.

É recomendada a vacinação dos cães contra a LV?

Até o presente momento, o Ministério da Saúde não recomenda a vacinação de cães como medida de saúde pública. A vacina só está indicada para animais sadios, com sorologia negativa, para proteção individual do animal. Elas não têm efeito curativo, pois, os cães permanecem parasitados mesmo depois da cura clínica, que é a melhora dos sintomas.

Quando é necessário realizar a eutanásia (sacrifício) do animal doente?

Nem todos os cães respondem de maneira satisfatória à terapia, e, dependendo do quadro de saúde do animal, o médico veterinário pode determinar que o medicamento não é uma opção. O alto custo da droga é outro fator que pode inviabilizar o tratamento, que exige acompanhamento veterinário regular e se estende até o fim da vida do animal.

Os animais infectados que não podem ser tratados são submetidos à eutanásia. 

O Conselho Federal de Medicina Veterinária é contra a eutanásia indiscriminada de cães sadios. Por isso o profissional veterinário é de fundamental importância no acompanhamento do caso suspeito.