Uso de repelentes em refil pode ser tóxico e causar problemas respiratórios

Gracieli Polak

TRÊS BARRAS

 

As chuvas em grande quantidade que caíram na região durante o mês de outubro não trouxeram problemas somente para a agricultura. O acúmulo de água parada fez com que aumentasse a incidência de pernilongos e demais tipos de insetos que têm causado muito incômodo, não somente às pessoas que moram perto das áreas alagadiças, mas aos também aos que moram mais afastados.

Pedro Vicente , morador de Três Barras, perto de onde passa o Rio Negro, afirma que o excesso de chuva desse mês trouxe bem mais que uma mudança radical na paisagem. ?Aumentou muito a quantidade de pernilongos. Fui até a beira do rio e, mesmo depois de ter passado bastante repelente, tive de correr. É muito bicho?, reclama. Cassilda de Jesus, esposa de Vicente explica que, para ficar em casa, principalmente à noite, é preciso colocar refil no aparelho repelente e esperar que o produto faça efeito. O ?mar?, definição que Cassilda dá para a água que se acumula na frente e nos fundos da casa do casal, segundo ela, é motivo de preocupação, principalmente por causa da bisneta, de quatro anos de idade, que é quem mais sofre com as picadas dos insetos. ?Basta uma picada para que ela fique enfebrada e se coçando e o local fica vermelho. Tem de cuidar para que nada morda?, alerta.

 

CUIDADOS

A Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia (SBAI) alerta que, em pessoas com propensão alérgica, uma simples picada de pernilongo pode ocasionar até mesmo uma infecção, se houver feridas. Isso porque, ao coçar o local, é possibilitada a entrada de bactérias no ferimento. Mas, independente de a pessoa ser alérgica ou não, a proteção com as picadas deve ser priorizada e diferentemente do que muita gente imagina, as crianças não são mais propensas aos ataques, apenas não sabem se defender dos insetos e acumulam mais picadas.

Para evitar os ataques, segundo a SBAI, é necessária proteção com repelentes, preferencialmente os naturais, como o óleo de citronela. O consumo de vitamina B1 também é uma medida eficaz de se proteger contra os insetos, porque, ao ser eliminada pelo suor, afasta os mosquitos. Os repelentes elétricos (com refil) podem se mostrar eficazes para espantar os insetos, mas são venenosos e devem ser evitados, porque, de acordo com a SBAI, os mesmos podem também causar alergias.