O CN conversou com o Dr Marcos Okada, sobre as consequências do estresse no cotidiano das pessoas

Estresse. Essa palavra todo mundo conhece ou em algum momento da vida já usou ela para definir um estado complicado de espírito. De acordo com a medicina "estresse é um estado gerado pela percepção de estímulos que provocam excitação emocional e, ao perturbarem a homeostasia (processo mental que garante equilíbrio), levam o organismo a disparar um processo de adaptação caracterizado pelo aumento da secreção de adrenalina, com várias consequências sistêmicas", é bem complexo, mas quem passa por estresse diário sabe o que é isso.

Dor de cabeça, insônia, irritabilidade, falta de concentração, choro entalado na garganta e vontade de esmurrar o mundo são sintomas bem comuns desta patologia mental. E detalhe, ela não tem idade para atingir não, até crianças podem ter estresse.

Especialistas não gostam de taxar o estresse ocupacional, ou seja, estresse no trabalho ou com causa definida, mas só quem passa por isso, sabe que ele tem sim um motivo, e o que o estresse com o trabalho é muito comum.

O estresse no trabalho pode se dar por vários motivos e acarretar outros problemas no convívio social das pessoas. Quem vive estressado tem dificuldades de relacionamentos e acaba se isolando dos outros.

De acordo com o Dr Marcos Vinicius de Moraes Okada, que é médico do trabalho em Canoinhas e região, a vida moderna propicia que as pessoas tenham um acúmulo de atividades e não desenvolvam cada coisa com paciência. "Nós não temos foco, estamos fazendo muita coisa ao mesmo tempo e isso nos deixa acumulados, logo fadigados, logo estressados e descontentes", disse Okada.


Consequências do estresse

O estresse pode ocorrer quando as pessoas se sentem pressionadas, são ou são submetidos a uma carga de trabalho intensa, são mal recompensados ou se sentem desconfortáveis com questões de sua vida pessoal ou profissional. Esse descontentamento de vida e sobrecarga pode provocar outras doenças como síndrome do pânico, depressão, hipertensão, fadiga, distúrbios do sono, gastrite, doenças do coração, entre outras.


Buscando equilíbrio com o mindfulness

O termo mindfulness significa, em português, "atenção plena", e é uma prática do budismo que já existe há quase 3 mil anos. A técnica meditativa, que é totalmente dissociada do cunho religioso ou espiritual, e propõe uma forma mais consciente, gentil e aberta de interagir com as coisas que acontecem na nossa vida.

De acordo com o Dr Marcos Okada, o mindfulness é uma forma de meditação que permite desacelerar por um momento e conhecer a si mesmo. "É necessário ter compaixão com si mesmo e com outros, e analisar como você se sente e o que se passa na sua mente, em seu corpo e ao seu redor. É preciso uma dedicação diária para controlar o excesso de pensamentos, focar no agora e relaxar", enfatiza Okada.

O mindfulness sugere uma observação das nossas reações e respostas. Integrando mente-corpo, a técnica mostra como focar no que é positivo, mesmo em situações complicadas pode ser uma ótima saída. Aprende-se como ver e apreciar as coisas simples da vida. Ou seja, todos temos estresse, o importante é não deixar que isso nos consuma, portanto devemos procurar alternativas para resolver o problema.