O mês de junho é dedicado mundialmente à conscientização sobre a importância dos cuidados e tratamentos com a escoliose. A escoliose é uma afecção que afeta grande número de pessoas e pode trazer consequências negativas à saúde humana se não for bem tratada em tempo e adequadamente. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a escoliose acomete entre 2% a 4% da população mundial, o que representa mais de 6 milhões de brasileiros, mormente meninas.
Infelizmente, a maior parte da população desconhece o que é a escoliose; não é uma doença, mas uma afecção do crescimento, uma deformidade estática que acontece na coluna vertebral. O senso comum a denomina de "coluna em S", posto que, esteticamente, ela se apresenta como um "S" na coluna, ou 'coluna em C'.
A escoliose é, pois, uma afecção que acomete a coluna vertebral, e suas causas podem ser congênitas, ou seja, o indivíduo já nasce com ela; neuromuscular, de origem secundária, por exemplo, da paralisia cerebral, distrofia muscular, poliomielite, que são doenças do sistema nervoso. No entanto, a mais frequente é a escoliose idiopática, ainda de causa desconhecida, que pode ser advinda de um estirão de crescimento ou mesmo de um processo postural proveniente de alterações posturais, como, por exemplo, a adaptação de uma criança para enxergar no quadro durante uma aula.
Para se identificar e perceber uma escoliose, os sinais mais frequentes são: assimetria nos ombros e quadril - ou seja, um dos lados apresenta-se mais proeminente que o outro; cintura e costela parecem ábditas para um lado do corpo; assimetria nos mamilos (mais evidente em meninas na puberdade); nas escápulas (observa-se diferenças de um lado e do outro, podendo estar uma mais excrescente que a outra).
Além de causar fatores estéticos, os quais comprometem a autoestima, mormente, da criança e do adolescente, a escoliose, por ser progressiva, causa mudança estrutural óssea que pode ocasionar dores, desgaste e diminuição da função pulmonar devido à deformidade e rigidez na caixa torácica. Quando a curva escoliótica - ângulo de Coob - atinge um limiar maior que 20 graus, poderá ser necessário o uso de coletes para a correção.
O tratamento da escoliose é feito por meio de um profissional da fisioterapia, habilitado, com métodos especializados, diferenciados e específicos para atuar com a afecção. O referido profissional poderá atuar, inclusive, com o apoio de uma equipe multidisciplinar, composta por um médico para acompanhamento do paciente e, em alguns casos, por um psicólogo, para minimizar os impactos emocionais e psicológicos sobre a autoestima desse paciente, que poderá precisar fazer uso do colete, imprescindível para controlar o aumento da curvatura, quando acima de 20 graus.
A escoliose deve ser tratada logo no início, por meio de um diagnóstico precoce. Assim procedendo, as chances de reabilitação do paciente se tornam mais eficazes.
Portanto, cuidar da saúde, especialmente de crianças e adolescentes, é uma das responsabilidades da família. É, também, uma ação preventiva e que poderá repercutir na qualidade de vida das pessoas.
KÁTIA CRISTINA DO CARMO - Mestranda no Programa de Mestrado em desenvolvimento regional da Universidade do Contestado (UnC). Fisioterapeuta. E-mail: [email protected]
JAIRO MARCHESAN - Professor do Programa de Mestrado em desenvolvimento regional da Universidade do Contestado (UnC). E-mail: [email protected]
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