População é orientada a buscar vacinação, não há confirmação de novos casos da doença em humanos na região

A Prefeitura de Itaiópolis confirmou nesta quarta-feira, 25, o encontro do segundo macaco morto na localidade de Iracema, interior do município. Outro macaco morto havia sido encontrado na terça-feira, 24. Há suspeitas que os macacos, popularmente conhecidos como Bugio estivessem a Febre Amarela e material foi recolhido e encaminho para análise. A região é considerada um corredor ecológico, então uma suspeita de contágio por febre amarela nos macacos deixa a população em alerta. 
Para prevenir casos da doença a vacinação preventiva é indicada para toda população entre nove meses de idade e principalmente para frequentadores e moradores de áreas rurais, pois o vírus circula predominantemente em locais silvestres. "A população acima de nove meses deve ser vacinada, acima de 59 anos com autorização de um medico", ressalta Vanea. 
Segundo a veterinária da Prefeitura de Itaiópolis, Vanea Pscheidt, nesses casos quando são encontrados macacos mortos com suspeitas da doença, ações de prevenção são tomadas. "Nesses casos a Vigilância Epidemiológica faz a busca por pessoas não vacinadas em um raio de 300 metros do local onde o animal foi encontrado, mesmo antes do resultado da análise
ser apresentado a população próxima é vacinada para evitar possíveis casos de contágio, ressalta Vanea. 
Vanea também comenta que os macacos não transmitem a doença. "Eles são vítimas como os humanos e podem sinalizar a presença do vírus em determinada região". As pessoas devem comunicar caso encontrem carcaças de macaco mortos, inclusive ossada, e é importante que o animal não seja tocado, nem enterrado, e crianças também devem evitar aproximação, lembra Vanea.

Reprodução/Equipe responsável pelas coletas de material dos macacos encontrados em Itaiópolis.

Canoinhas 
No município ainda não foram registrados epizootia (encontro de macacos mortos, ossada) e nem encontro de macaco doente, mas há possibilidade do vírus já estar na região. O último registro de epizootia em Canoinhas foi no verão de 2017. "Canoinhas está em uma área de corredor ecológico, e já existe a circulação do vírus amarílico no município, e mesmo com o trabalho de vigilância passiva da febre amarela em nosso município, ainda não foram encontrados primatas mortos, ossadas ou doentes.", comenta Cristina Brandes Grosskopf, bióloga do setor de endemias, do ambulatório de epidemiologia, da Secretaria Municipal de Saúde de Canoinhas. A orientação, ao encontrar um animal morto é não retirá-lo do local, não tocá-lo, impedir a aproximação de animais e assim que possível avisar a vigilância sobre a localização do macaco morto. Em Canoinhas os telefones para informar casos de epizootia são: 3622-8416 (Ambulatório de Epidemiologia), 3622-4678 (Zoonoses) e 3621-7719 (Secretaria Municipal de Saúde).
O município tem a vacina de Febre Amarela incluída na rotina de vacinação das salas de vacina para a população, e em casos suspeitos de epizootia, medidas são adotadas. "O que fazemos diante de casos de epizootia é aumentar a divulgação da vacinação e fazer buscas ativas com a equipe de vacinação para descobrir pessoas não vacinadas e imunizá-las. "Em caso de paciente suspeito de Febre Amarela, um protocolo já instituído é iniciado" de acordo com a Enfermeira do Ambulatório de Epidemiologia, Francieli da Costa Colla. Mesmo com os trabalhos de divulgação e campanhas de vacinação, ainda falta para o município atingir um nível seguro de imunização. "A cobertura vacinal hoje está em torno de 63% da população vacinada, e abaixo de 60% é considerada risco de epidemia, e só acima de 95% podemos afirmar que a comunidade está fora do risco de passar por epidemia de Febre Amarela", comenta Cristina. 

Reprodução/Prefeitura de Canoinhas convoca população para vacinar-se

Mortes por Febre Amarela
Em junho deste ano a Vigilância Epidemiológica confirmou a morte por febre amarela de um homem de 40 anos, que residia em Itaiópolis. Ele não tinha registro de vacina na rede pública e morreu em 29 de junho. Na ocasião, foi feito um mutirão de vacinação em um raio de dois quilômetros da casa do paciente, resultando em 492 pessoas imunizadas. Outro paciente que teve a morte registrada em 2019 em Santa Catarina foi um homem de 36 anos morador de Joinville, que não havia se vacinado. 

O que é a Febre Amarela?
É uma doença infecciosa febril aguda, que pode levar à morte em cerca de uma semana se não for tratada rapidamente. Em ambiente silvestre, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus, e os macacos são os principais hospedeiros. Os casos humanos ocorrem quando uma pessoa não vacinada entra em contato ou mora próximo às matas e é picada por um mosquito contaminado. No ciclo urbano, o vírus é transmitido ao homem pelos mosquitos Aedes aegypti. O Brasil não registra febre amarela urbana desde 1942.