Instituição pode abrir em 15 de março; prefeito defende que responsabilidade é da Fundação

Gracieli Polak

TRÊS BARRAS
 
Cerca de 30 funcionários e populares participaram, na manhã de ontem, de uma mobilização pela reabertura da maternidade do Hospital Felix da Costa Gomes, de Três Barras, fechada em dezembro de 2009. Segundo a enfermeira da Maternidade, Luciane Weinfurter, a ideia da manifestação surgiu para que a população se aliasse na luta pela reabertura, prevista para 15 de março. “Nós precisamos sensibilizar a classe política e a população para que abracem a causa”, explica.
Luciane afirma que, embora seja caracterizada como um protesto, a manifestação visa unir forças com a prefeitura e agradecer o apoio prestado, inclusive na contratação dos profissionais que assumem o órgão nas próximas semanas. “Foi a prefeitura que mediou a contratação dos médicos e que está dando suporte para que ela seja reaberta, por isso resolvemos trazer o assunto para a população e manifestar apoio ao prefeito”, diz.
Entre os manifestantes, Audrei Rissa, viúva do médico ginecologista Onedir Rissi, responsável pela implantação do sistema de humanização do parto e pelos prêmios de excelência recebidos pela entidade, defendeu a união da população para que a reabertura fosse possível. “É um trabalho muito lindo em prol das gestantes que deve ser mantido, por isso todo mundo tem de se unir, lutar para que o trabalho seja restabelecido”, fala.
 
NOVA FUNDAÇÃO
Amparado pelos advogados da prefeitura, o prefeito Elói Quege (PP) recebeu visivelmente contrariado os manifestantes. Segundo ele, a prefeitura está buscando meios legais para intervir na Fundação para que possa sanar de vez os problemas que atingem a Maternidade e o Hospital. “Não há parceria entre a prefeitura e a Fundação, não há divisão entre as coisas boas e as ruins e, principalmente, não existe união. Se temos de responder pelas cobranças, vamos assumir a responsabilidade legalmente”, defendeu.
De acordo com o prefeito, a responsabilidade da prefeitura em manter a Fundação é inexistente e, mesmo assim, o valor repassado à entidade foi de R$ 970 mil em 2009. “As cobranças não devem ser realizadas à prefeitura e, sim, a administração da Fundação, que não tem sido ineficiente”, declarou. Segundo Quege, falta ainda a compreensão que as entidades existem independentemente e que falta compromisso profissional para que se mantenham. “Enquanto havia o Dr. Onedir, que carregava a Maternidade nas costas, ela sobrevivia. Falta quem queira assumir o compromisso e batalhar pela causa”, afirmou.
Quatro médicos, segundo o prefeito, já foram contratados. A reabertura está prevista para 15 de março.