Secretaria da Saúde garante que atendimento não será interrompido

CANOINHAS ? O presidente do Sindicato dos Médicos de Canoinhas, Saulo Sabatini, anunciou esta semana que, caso a prefeitura não ofereça uma proposta concreta de reposição salarial e pague 13.º salário e férias atrasados até o final deste mês, os 11 médicos plantonistas que atuam no Pronto Atendimento Municipal prometem paralisar.

Sabatini diz que há tempos se discute reposição salarial com a prefeitura e até agora nenhuma posição foi tomada por parte do prefeito. ?O diálogo chegou a ser aberto, mas a prefeitura encerrou, daí nós tomarmos esta atitude?, justifica.

O mesmo comunicado foi repassado para o Ministério Público Estadual e ao Conselho Regional de Medicina (CRM).

A reação da secretária municipal de Saúde, Telma Bley, foi imediata. Ela afirmou que a população que necessita dos serviços do PA não ficará sem atendimento. Telma explicou que haverá teste seletivo para os cargos de plantonista e que, por estar encerrando esta semana as inscrições para o concurso, a prefeitura acredita que uma reunião com a classe para discutir salários seria inoportuna.

Telma ressaltou que a prefeitura está pagando além dos R$ 45,93 por hora de plantão, mais 20% de adicional noturno, o que soma uma renda de R$ 551,16 por 12 horas de plantão.

Telma afirmou ainda que a prefeitura não deve 13.º salário aos médicos, as férias serão pagas no término do contrato, o que acontece no próximo dia 31 e que, legalmente, os médicos serão desligados do PA para serem recontrados após o teste.

Quanto à insalubridade, outro pleito dos médicos, Telma lembra que a prefeitura tem de se basear em laudos técnicos. Até agora já foram pedidos dois laudos. Um dá direito a insalubridade, o outro não, o que colocou a prefeitura num impasse.

Telma lembrou que o relacionamento entre prefeitura e médicos vem se desgastando desde que o prefeito foi obrigado a assinar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público, se comprometendo a cobrar cumprimento de horário dos médicos.

A negociação, no entanto, terminou favorável aos médicos, que continuam recebendo o mesmo salário trabalhando metade do tempo que trabalhavam antes do TAC.

 

DISCUSSÃO VAI PARA A CÂMARA

Emenda ao projeto de Lei que estabelece regras para os plantonistas, proposta pelo vereador e também médico Vagner Trautwein (PSDB), concedendo reposição salarial de 6% aos plantonistas, referente à defasagem em relação aos aumentos concedidos ao funcionalismo público em 2006 e 2007, passou com apenas um voto contrário do vereador Juca Klempous (PMDB), na terça-feira, 22, em primeira votação.

Juca justificou seu voto lembrando que o provável veto a emenda por parte do prefeito Leoberto Weinert (PMDB), pode provocar a paralisação dos serviços do PA, o que prejudica diretamente a população. ?Vou mandar falar com os que votaram a favor dessa emenda, quando reclamarem para mim que o PA está sem médicos?, alfinetou.

Trautwein reagiu imediatamente. Se faltar médico, não é culpa dessa casa, é impossível o PA funcionar com cinco médicos (se referindo ao número de médicos inscritos no teste seletivo, que na verdade é seis)?, justificou.

Vereador Paulo Glinski (DEM) criticou a posição da prefeitura, que protela o assunto há meses, enquanto que o vereador Célio Galeski (PSDB) lembrou que Canoinhas paga o segundo valor mais alto do Estado por hora/plantão.

Telma afirma que, na verdade, este é o mais alto valor pago no Estado. Trautwein contesta a informação.

Em contato com a Secretaria Estadual da Saúde, nossa reportagem confirmou...

 

 

Médicos serão investigados

Denúncia feita junto ao Conselho Regional de Medicina coloca mais polêmica na discussão entre a classe médica e a prefeitura.

Três pacientes denunciaram dois médicos que teriam tentado cobrar por cirurgias pagas pelo SUS. Os acusados teriam dito aos pacientes que o SUS não cobre as cirurgias que eles teriam de fazer, encaminhando os casos da Policlínica municipal para seus consultórios particulares. A tentativa de cobrança indevida, no entanto, não se concretizou, porque os pacientes não teriam condições de pagar os valores sugeridos pelos médicos.

A secretária municipal de Saúde, Telma Bley, disse que irá abrir sindicância para apurar as denúncias. Telma diz que esse tipo de denúncia é bastante comum, mas pouca gente tem coragem de formalizar a denúncia.

Os nomes dos médicos não foram revelados.