Profissionais da UnC formaram grupo de apoio para orientar sobre missão de paz
Gracieli Polak
PORTO UNIÃO
Resgatar vítimas, recolher corpos, consolar pessoas desesperadas. Esse é o novo trabalho das centenas de militares brasileiros que fazem parte da missão de paz (Minustah) no Haiti, desde que o País foi assolado por um forte terremoto na terça-feira, 12, inclusive os 19 militares do 5.º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado (BEC Blind), de Porto União.
Sem imaginar que passariam por uma tragédia como a que acontece no País, os militares de Porto União foram preparados psicologicamente pelo Grupo de Apoio Psicológico ao Exército (GAPE), formado por profissionais e acadêmicos da Universidade do Contestado (UnC) de Porto União, especialmente para a missão de paz. Segundo a coordenadora do GAPE, psicóloga Marly Perrelly, como a situação do Haiti era devastadora por causa da guerra civil que assolou o País e ainda persistia em algumas regiões, o comando do BEC solicitou apoio e o grupo foi formado. “Eles precisavam de preparação para saber lidar com a morte, ter controle emocional, saber enfrentar as diferenças culturais”, diz.
Com o terremoto, a situação foi agravada. “A condição de realização da missão agora ficou ainda mais pesada e o apoio prestado é fundamental”, ressalta Marly. Quatro profissionais e dois acadêmicos participam do grupo, que antes da partida se reunia quinzenalmente e depois da viagem mantinham contato via internet.
SEM PREVISÃO
De acordo com o sargento Leomar, do 5.º BEC , ainda não há informações oficiais sobre o retorno dos militares de Porto União ao Brasil, nem sobre o envio de nova tropa. Segundo ele, os militares estavam com a viagem marcada para a semana em que aconteceu o tremor e agora aguardam o momento para retornar. O atendimento prestado pelo GAPE, segundo a psicóloga responsável, tão logo será retomado à medida que os militares voltarem para o País.
Até o momento, de acordo com Marly, o apoio a alguns é feito pelo serviço de mensagens instantâneas pela internet (MSN), mas o tratamento mesmo começa depois da volta.“Os militares são preparados para lutar e lá estão firmes e fortes ajudando a superar a crise do País, sem tempo de pensar em tudo que está acontecendo. Quando eles voltarem vamos prestar a ajuda necessária”, afirma.
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