Situação ocorreu na última semana. Prefeitura afirma que demora está dentro dos padrões aceitáveis na unidade.

Por volta das 17h30 do último sábado, 03, a moradora Pauline Fernandes levou seu filho a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, após constatar que a criança estava com 39º de febre. Esperando um acolhimento emergencial, Pauline aguardou cerca de três horas para ser atendida. Insatisfeita com a situação, a moradora registrou o ocorrido nas redes sociais, o que foi motivo de ampla repercussão entre usuários dos serviços da UPA na cidade.  Uma das insatisfações relatadas por Pauline foi o intervalo na troca de plantões de médicos que, segundo ela, demoraram cerca de meia hora para reiniciar o atendimento: "Depois das trocas de plantão, demorou 27 minutos para os outros médicos começarem a atender", afirma.

            A moradora alega que, devido ao tempo de espera, alguns usuários foram embora sem atendimento: "Teve muitos que desistiram de ser atendidos e tinha mulheres com crianças doentes, idosos", alega. Pauline. Outra demora relatada por Pauline foi no preenchimento do cadastro: "Cheguei 17h30, mas a moça da recepção só desceu para fazer a ficha às 17h45".

            Durante a ocasião, a moradora relembra que pacientes perguntaram sobre o motivo da demora e não receberam informações dos atendentes: "A moça da recepção era bem seca, só dizia 'o senhor tem que aguardar'".

 

SITUAÇÃO HISTÓRICA

 

            Apesar de relatar sua insatisfação, Pauline reconhece que as filas na UPA tratam-se de uma situação histórica no município: "Teve dias que levei minha filha de 09 anos com dor de estômago e fiquei a manhã inteira esperando". Para a moradora, o que falta no serviço é fiscalização: "Precisa de alguém para fiscalizar a troca dos plantões, porque os médicos às vezes sobem só para levar os pacientes para observação e esquecem que lá embaixo têm pessoas esperando por eles", conta.

            Pauline também se queixa da qualidade do atendimento na recepção da UPA: "Pedir para as recepcionistas serem mais gentis, pois alguns elas tratam bem, mas alguns a gente vê a cara de nojo e olhares que fazem", afirma. A moradora, no entanto, não se queixa do trabalho dos médicos e enfermeiros: "Não posso reclamar do atendimento médico, eles sempre foram bem atenciosos".

 

CONTRAPONTO

           

            Em resposta ao ocorrido no último sábado, 03, a assessoria de imprensa do município afirmou que a espera de 03h foi registrada no livro da unidade e é considerada aceitável por protocolos da área: "É aceitável pela literatura, pelos protocolos da área, para pacientes de média, baixa ou mínima prioridade, a espera de 1h, 2h, 3h e até 4h."

            A assessoria afirmou, também, que nesta ocasião a demora no atendimento se deu pelos atendimentos de emergência, devido à classificação de risco: "Os profissionais da UPA atenderam 10 ocorrências dos Bombeiros, oito do SAMU, um internamento para UTI, quatro tomografias de crânio e atendemos uma vítima de arma de fogo (tentativa de homicídio)." A ocorrência de tentativa de homicídio por disparo de arma de fogo, no entanto, ocorreu na madrugada de domingo, 04, após o período de espera de atendimento registrado no fim da tarde de sábado.

            Quanto à demora na troca dos plantões relatada pela moradora, a assessoria afirma que a informação é falsa. "No sábado, por exemplo, os médicos chegaram às 19h. Havia cinco pacientes em observação. Em meia hora os médicos que estavam trabalhando passaram as informações sobre os pacientes para os que chegaram - este tempo é recorde, tendo em vista as necessidades de cada paciente". Segundo a prefeitura, os únicos intervalos nos plantões são destinados a alimentação dos médicos.

            A assessoria também alegou que o governo municipal investiu mais recursos na saúde do que prevê a legislação e que recursos de outras pastas, como a de cultura, são carimbados e, por este motivo, não podem ser transferidos à saúde do município.