Dr. Wagner Haroldo Pelagio, diretor da Contestado Serviços Médicos, fala sobre como deve ser a rotina a partir de agora no Pronto Atendimento de Canoinhas

CANOINHAS ? A voz calma e macia de Dr. Wagner Haroldo Pelagio parece ideal para acalmar os nervos de quem se irrita com as longas esperas para ser atendido no Pronto Atendimento Municipal. Ele mesmo garante que apesar de a Contestado Serviços Médicos, empresa que dirige, substituir a campeã de reclamações GD Serviços Médicos, os problemas continuarão ocorrendo, as reclamações não cessarão, mas, espera ele, que sejam numa intensidade bem menor. Acompanhe a entrevista:

 

CN: Todos os médicos que compõem a Contestado estarão disponíveis ao P.A.?

Não, é um grupo de 12 médicos que fazem parte da Contestado que se revezará no atendimento do P.A..

 

CN: Houve uma grande polêmica quando a GD substituiu os médicos locais, com constantes reclamações publicadas na imprensa e repercutidas pelos vereadores. O senhor pode nos garantir que os problemas que ocorreram com a GD não se repetirão com a Contestado?

Garantir acredito que não, mas os problemas podem ser sanados. Qualquer coisa que houver de errado a partir de agora, a responsabilidade é da Contestado. Se houver uma multa, o médico que cometeu a infração terá de arcar.

 

CN: Especificamente, falta de médicos, profissionais sem registro no Conselho Regional de Medicina, médicos incapacitados fisicamente e mentalmente de trabalhar ? problemas recorrentes com a GD, podem se repetir?

Não, isso não pode acontecer, não vai acontecer.

 

CN: A questão salarial, o grande problema que motivou a contratação da GD, é ponto pacífico entre prefeitura e Contestado?

Sim, foi fechado em R$ 50 a hora, que vai dar, mais ou menos, no mesmo valor que se recebia antes. A única desvantagem é que os médicos não receberão férias e 13.º salário. Eles serão prestadores de serviços.

 

CN: Como funcionará a escala dos médicos?

Nós temos um contrato de 36 horas por dia, ou seja, teremos um médico 24 horas e um reforço de mais um médico por 12 horas (9 às 21 horas).

 

CN: Com relação aos postos de saúde dos bairros, muitos pacientes dizem procurar o P.A. porque o atendimento nos postos é deficitário. O senhor concorda com esta afirmativa?

Não. Acho que o P.A. é emergência. O conceito de emergência é relativo para o doente, mas do ponto vista médico, uma gripe, uma dor de barriga, não é emergência, dá pra aguardar até o dia seguinte para consultar em um posto de saúde. As pessoas precisam ter o entendimento de que quando chega um acidentado no P.A. é preciso parar tudo para priorizar o atendimento.

CN: O senhor acha que a população, às vezes, exagera?

Não sou taxativo, mas muitas vezes sim.

 

CN: A Contestado terá uma auditoria interna para apurar denúncias contra os médicos?

Trabalharemos em duas frentes ? uma que apurará denúncias administrativas como faltas; e outra ética, que encaminhará a denúncia para o CRM, que deve apurá-la.

 

A CONTESTADO

 

Ø      A empresa existe há cinco anos e foi montada para atender pacientes do antigo Ipesc

Ø      É formada por 42 médicos, todos residentes em Canoinhas, Bela Vista do Toldo, Três Barras e Major Vieira

Ø      Presta serviços de sobreaviso ao P.A. em seis especialidades

Ø      Por contrato deve manter um médico 24 horas por dia no P.A., com reforço de 12 horas, das 9 às 21 horas, desde a madrugada de ontem