Menino de seis anos teve a cirurgia cancelada nesta quinta-feira,13

Hoje, 13, era para ser um dia de esperança para a família de Éverton Ruan Alves da Silva, de seis anos, pois estava marcada a cirurgia do pequeno para a retirada das amídalas e adenóide. O pedido de internamento foi feito pelo médico em 29 de setembro. A mãe conta que há dois anos eles esperam pelo procedimento na fila do Sistema Único de Saúde (SUS). "Mas ligaram dizendo que as cirurgias foram cancelas", conta a mãe Luciana Ribeiro. Para a família, a situação é desesperadora. "Ele não consegue nem dormir mais", lamenta Luciana.

A secretaria municipal de Saúde informou que não compete à prefeitura cancelar cirurgias e que os procedimentos eletivos estão suspensos por falta de repasse de recursos do Governo do Estado (o CN publicou matéria sobre a questão há alguns meses). A secretária de Saúde Ângela Martin argumentou que o agendamento de consultas e dos exames pré-anestésicos são de competência do Município. Ângela disse ainda que estão paralisados exames e consultas eletivos via Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região do Contestado (Cisamurc ). "O que for urgente nós estamos fazendo", garante. A suspensão dos casos eletivos ocorreu para que o governo fechasse as contas antes de entregar a gestão do Município também.  "E como fica o meu filho? Ele tá com seis anos e 16 quilos. Tá fraco e pode morrer. Tenho medo", lamenta a mãe. Na foto, a mãe de Éverton, Luciana, o pai Márcio e a avó Arilda.

Câmara

A Saúde foi pauta na Câmara nesta semana. Vereador Paulo Glinski (PSD) diz que pretende reunir informações de problemas enfrentados por pacientes como Éverton e encaminhar denúncias para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Ministério Público.

Confira a nota divulgada pela Secretaria de Saúde onde a prefeitura esclarece a situação

Diante de informações desencontradas acerca dos exames e consultas médicas por CISAMURC, medicamentos, fraldas, seringas para aplicação de insulinas, assim como demais materiais requisitados por usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) a Secretaria Municipal de Saúde de Canoinhas vem a público informar que em nenhum momento a ordem efetuada foi a de que os serviços seriam parados até o início de janeiro de 2017. Na ausência do Governo do Estado cumprir com suas obrigações (desde março não há novos repasses do governo do estado na assistência farmacêutica, saúde bucal e atenção básica) o município tem assumido para não deixar a população desassistida. Ocorre que mesmo investindo em saúde muito acima dos 15% exigidos pela Constituição Federal, os recursos municipais são finitos e por isso a necessidade de priorizar apenas as ações de responsabilidade do município. Convém esclarecer que a suspensão das liberações via CISAMURC ocorre apenas para aqueles casos de pacientes em que o tratamento se configura como eletivo, já os pacientes que o médico deixa claro a situação no pedido ou em triagem mediante critérios que se caracteriza como urgência, continuam sendo liberados normalmente.

Quanto aos exames, esses são definidos por meio de cotas via Programação Pactuada e Integrada (PPI), ou seja, são calculados via o número per capita da população residente no município, sendo o seu resultado o total dos exames a serem liberados pelo SUS. Ocorre que muitas vezes as liberações são menores que a demanda de pedidos no município, por isso o município libera via CISAMURC, custeado com recursos ordinários.  Atualmente o investimento feito por parte da prefeitura em saúde está em 30%, ou seja o dobro do que exige a legislação.