Grupo de pacientes debate transtorno em Canoinhas
Gracieli Polak
CANOINHAS
Para o tratamento da bipolaridade, que não tem cura, remédios controlados e terapia. Para devolver autoconfiança nos pacientes: discussão sobre suas próprias dúvidas. Desde a terça-feira, 30, um grupo de debate sobre o transtorno bipolar iniciou seus trabalhos no Capes de Canoinhas. O Capes, que surgiu como uma alternativa de tratamento para pacientes com distúrbios severos e persistentes, atua na cidade com uma equipe de profissionais e realiza um trabalho completo de assistência aos pacientes com distúrbios psiquiátricos, completamente gratuito, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Sentindo a necessidade de propor um tratamento diferenciado aos pacientes do Capes com distúrbio bipolar, a psicóloga Ruthe Dione Ruthes de Paula e Silva, decidiu implantar uma nova forma de tratamento. “Eu percebi que as queixas dos pacientes eram muito semelhantes, porque as dificuldades de um de outro são muito parecidas. Por que não fazer um grupo para que eles conversem e troquem suas experiências?”, questiona.
Ruth explica que a demanda de pacientes com transtorno bipolar aumentou consideravelmente no Capes de Canoinhas e, além de promover a integração entre os pacientes que hoje estão estáveis, o grupo propicia maior abertura na agenda, hoje lotada, sem prejuízo ao tratamento. “É uma experiência muito interessante para eles, porque vai além da medicação, promove o diálogo sobre o problema e a maneira como cada um enfrenta o seu”, diz.
JOÃO É JOÃO, MARIA É MARIA
Para o psiquiatra Franco Mazzaro, médico do Capes e um dos profissionais envolvidos com o grupo de debate, a doença não pode ser encarada com preconceito, muito menos pelos seus pacientes. “Eu converso com meus pacientes e explico que o João não deixa de ser o João porque tem transtorno bipolar. A doença não tira a personalidade da pessoa: ela só vai provocar alterações no seu humor, por isso é fundamental não colocar rótulos, não disseminar preconceitos”, defende o psiquiatra.
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