Outros dois foram absolvidos; flagrante ocorreu em setembro de 2004

PREJUDICADOS

Luciane Wünsche, esposa de um dos policiais inocentados no processo que apurou as denúncias, assim como o marido, não comemorou a sentença emitida na semana passada. Ela conta que Alvacir viaja duas vezes por mês para Florianópolis a fim de se submeter a um tratamento psiquiátrico, resultado do abalo sofrido pelo processo. "Fomos prejudicados e com certeza vamos processar o Estado por causa desse equívoco", diz se referindo a acusação da qual o marido foi absolvido.

 

EDINEI WASSOASKI

CANOINHAS

Oito policiais militares que pertencem a guarnição ambiental do 3.º Batalhão de Polícia Militar de Canoinhas foram condenados na semana passada por terem sido flagrados tentando extorquir o agricultor Edinor Todt, em setembro de 2004. Outros dois policiais foram absolvidos. Dos oito, sete foram condenados por concussão (extorsão cometido por funcionário público durante o exercício da função). O outro foi condenado por prevaricação (omissão).

O processo se arrastou na Vara da Justiça Militar, que funciona em Florianópolis, pelos últimos cinco anos entre condenações e recursos. A decisão publicada na segunda-feira, 11, pelo juiz de direito Dr. Getúlio Corrêa, não é definitiva. O advogado dos militares, Jair Carlos Marcolla, de Balneário Camboriú, não quis se pronunciar sobre as condenações, mas afirmou que vai recorrer. Em alguns casos ele já pediu progressão de regime. Em outro, Marcolla entrou com pedido de prisão domiciliar já que o condenado depende de uma cadeira de rodas. Recentemente, o militar sofreu um acidente de trânsito.

As penas variam entre seis meses e cinco anos. Dos oito condenados, nenhum deles cumprirá pena em regime fechado. Seis deles foram condenados a cumprir a pena em regime semiaberto (apenas pernoitam na cela do Batalhão). Os outros dois cumprirão pena em regime aberto (apenas precisam comparecer uma vez por dia para assinar documento no 3.º BPM).

A condenação, no entanto, não representa a expulsão dos militares da corporação. Para isso, será necessária a formação de um Conselho de Disciplina que decidirá pelo destino dos militares na corporação.