Maria Matheus teria sido assassinada por supostamente ter denunciado traficantes
PORTO UNIÃO ? A morte de Maria Matheus, assassinada depois de prestar depoimento sobre o tráfico de drogas no bairro São Pedro, na Delegacia de Polícia de Porto União no dia 19 de abril, teve desdobramentos esta semana.
Em conjunto, Polícia Civil e Militar de Porto União fizeram mais uma apreensão de entorpecentes. Dessa vez, 180 gramas de crack e uma bucha de maconha foram encontrados. A suspeita é de que os envolvidos na apreensão tenham ligação com os assassinos de Maria. A investigação, baseada em denúncias da comunidade, registrou o nome de uma mulher e, por extensão, colaboradora para distribuição da droga no ?beco? do bairro São Pedro.
A prisão da jovem é idêntica a detenção de outros dois envolvidos com o tráfico. Foi nessa prisão, há duas semanas, que um dos principais suspeitos pela morte de Maria foi detido.
SUSPEITAS
O que intriga a investigação da Polícia Civil e as equipes da Polícia Militar é o fato do assassinato de Maria ter acontecido pouco depois do depoimento que prestou na Delegacia de Polícia Civil. O principal suspeito está preso na Unidade Prisional Avançada (UPA). Ele foi detido no sábado, 21, depois de descer de um ônibus vindo de Curitiba com uma mala cheia de droga. Nessa prisão, o homem que o acompanhava também foi detido.
O suspeito pela execução já foi preso em São Paulo por roubo, receptação e homicídio.
A quantidade de droga encontrada nas bolsas assusta. ?Foi a maior apreensão de drogas já realizada em Porto União?, garante o delegado Ilson. ?Em três anos que estou aqui não me lembro de termos feito uma apreensão tão grande. Antes disso também não lembro de nenhuma ação assim?, comenta. Na bagagem foram encontrados dois quilos de maconha e 350 gramas de crack, suficientes para produzir duas mil pedras de crack. O material abasteceria os traficantes do ?beco?.
Na tarde de segunda-feira, 23, uma moto possivelmente usada por uma segunda pessoa na execução de Maria Matheus foi encontrada. ?Vamos trabalhar em cima disso também para reunir as demais provas que estão faltando?, explica o delegado.
NOVA PRISÃO
A prisão da mulher com a bolsa contendo crack aconteceu na noite de quinta-feira, 26. Ela desembarcou de um ônibus, vindo de Curitiba, na rodoviária de União da Vitória. Perto dali, já em Porto União, ela foi abordada pela Polícia. Durante a prisão, dois homens também foram encontrados e levados para a Delegacia. Eles tinham envolvimento com o tráfico e na quinta faziam cobertura do trajeto da mulher. Um deles está com mandado de prisão em aberto. Quando ganhou liberdade, por outro crime cometido, não voltou à delegacia para apresentação exigida por Lei.
A quantidade de crack encontrada ainda assusta. Com o material dá para fazer entre mil e 1,5 mil pedras. O aproveitamento da droga pode ser ainda maior. Em uma mistura que utiliza poeira de crack, sobras da transformação da pedra, são colocadas junto com a maconha. ?É o que chamam agora de Cabral?, explica o major Mário Erzinger. Não é o fim. A Polícia garante que a investigação continua. Para o êxito das operações, o pedido é simples. ?Denuncie?, pede o major. Grande parte do encontro da droga e dos envolvidos com o tráfico é resultado das ligações feitas por anônimos.
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