Dos cinco suspeitos, três estão presos

Edinei Wassoaski

CANOINHAS
 
A Polícia Civil de Canoinhas apresentou na quarta-feira, 10, dois dos três presos acusados de terem roubado mais de R$ 200 mil dos supermercados Bom Dia 1 e da Avenida no dia 6 de dezembro do ano passado.
As prisões começaram em 8 de janeiro, quando Olívio Gonçalves Junior, conhecido como Cunha, foi detido em Curitiba-PR. Ele revelou o esquema que resultou na prisão de João dos Santos, detido na terça-feira, 9, também em Curitiba, e de João Batista Steidel Filho, preso em sua casa em Três Barras, na quarta-feira, 10.
Outros dois acusados seguem foragidos: Sandro Cercal, que teria dado suporte a ação da quadrilha e um quinto elemento ainda não identificado, que teria mantido o empresário e dois empregados em cárcere privado enquanto João dos Santos e Olívio Gonçalves tinham ido com o filho do empresário até um dos supermercados para roubar o dinheiro.
Com Santos, a Polícia encontrou R$ 6 mil. Segundo o acusado, a quadrilha roubou R$ 80 mil.
 
QUEBRA-CABEÇAS
 
Para desbaratar a quadrilha que cometeu um dos assaltos mais ousados dos últimos anos em Canoinhas, o delegado Rui Orestes Kuchnir passou noites em claro montando um verdadeiro quebra-cabeça. “O difícil é identificá-los geralmente, mas neste caso tivemos o inverso. Conseguimos identificar, mas foi mais difícil prendê-los”, revela o delegado.
Cunha foi preso em Curitiba com apoio da Divisão de Narcóticos do Paraná e da Central de Operações Policiais (COP) de Itajaí. Cunha foi um dos que obrigou o filho do empresário a abrir o cofre. Segundo Kuchnir, ele já tem antecedentes criminais por roubo a banco e porte ilegal de arma.
No mesmo dia, um erro de pouso do helicóptero da Polícia afugentou João dos Santos, que estava no bairro Costa e Silva, em Joinville-SC. O helicóptero pousou uma quadra antes da casa onde estava Santos.
A investigação prosseguiu e em um mês Santos foi preso na porta giratória de uma agência bancária de Curitiba. Ele tentava compensar um cheque de R$ 27 mil, fruto de um golpe que ele havia aplicado. A prisão teve apoio do COP de Curitiba. Foi Santos quem entregou todo o esquema confessando, inclusive, ter sido ele o segundo acusado de ter acompanhado o filho do empresário até a sede do supermercado. Ele também possui antecedentes por roubo e sequestro e é foragido do Presídio de Rio do Sul desde 2004.
No dia seguinte, Steidel, que como mora em Três Barras fez todo o levantamento dos hábitos da família, foi preso em sua casa no Alto do Mussi, sem oferecer resistência.
O CN tentou ouvir os acusados, mas eles se limitaram a declarar que só falarão em juízo. Eles foram recambiados para o Presídio de Mafra, onde ficarão a disposição da Justiça. Eles devem ser indiciados por roubo, sequestro e formação de quadrilha.
A Polícia segue no rastro dos outros dois foragidos.
Segundo Kuchnir, a quadrilha desbaratada é de altíssima periculosidade e tem como especialidade recrutar bandidos em Curitiba e Joinville para cometer roubos em cidades menores.
A operação teve apoio do delegado geral da PC, Mauricio Eskudlark e do delegado Mauro Cândido dos Santos.