Pais dizem que dois homens invadiram sua casa e obrigaram a menina a tomar veneno

Edinei Wassoaski

CANOINHAS -

 

Um caso misterioso registrado esta semana na Delegacia de Canoinhas vem intrigando os policiais. Segundo os pais*, na manhã de segunda-feira, 12, a filha de seis anos acordou desesperada e vomitando um líquido amarelo, correu até a mãe. Segundo a menina, dois homens ?estranhos e feios? teriam entrado em seu quarto. Enquanto um a segurava o outro injetou uma seringa cheia do líquido amarelo em sua boca, obrigando-a a tomar. Logo em seguida, eles teriam fugido.

Desesperada, a mãe da menina chamou o pai e a levaram imediatamente ao Pronto Atendimento Municipal (P.A.). A família mora na localidade de Erval Bonito, distante cerca de 30 quilômetros do centro de Canoinhas.

Ao chegar no P.A., a menina foi imediatamente transferida para o Hospital Santa Cruz, onde uma lavagem estomacal eliminou e identificou o líquido como sendo um veneno utilizado em lavouras de fumo. O nome da substância é Primeplus. Segundo informações do fabricante, o líquido é extremamente nocivo ao ser humano e atua como antibrotante no tratamento contra deformações na folha do fumo. Para se ter uma ideia do perigo do veneno, após o tratamento da planta, o fabricante recomenda que nenhuma pessoa percorra o plantio por pelo menos um dia como medida preventiva. O fabricante informa ainda que até então não havia ocorrência de ingestão do veneno por seres humanos e que, por isso, não há um antídoto ou tratamento específico.

A menina está isolada no Hospital Santa Cruz. Segundo seu médico, o quadro é estável.

 

INVESTIGAÇÃO

 

Os pais da menina denunciaram três homens que um dia antes do incidente haviam passado pela propriedade da família pedindo carona para o centro da cidade. Com a negativa, os três teriam tomado rumo desconhecido.

A Polícia deteve os três suspeitos, mas segundo o delegado Rui Orestes Kuchnir, o trio foi convincente ao negar o suposto crime. Apenas um tinha passagem pela Polícia. ?Nenhuma linha de investigação está descartada?, disse o delegado que já ouviu oito pessoas sobre o caso. Pelo menos outras oito pessoas devem ser ouvidas nos próximos dias.

 

* O CN não publica os nomes dos pais como forma de preservar a identidade da menor