Índice de Santa Catarina é 2 .º maior do País e constitui problema de saúde pública
Gracieli Polak
TRÊS BARRAS
Na madrugada de sábado, 20, o corpo do jovem Ricardo da Silva Soares, de 18 anos, foi encontrado nas proximidades da Reco Lanches, em Três Barras, com sinais de enforcamento realizado com um fio de arame. Segundo informações do Corpo de Bombeiros de Três Barras, ele foi encontrado no chão, mas com fortes indícios de que teria tirado a própria vida. A Polícia Civil foi chamada ao local e o corpo encaminhado para perícia no Instituto Médico Legal (IML).
Segundo Luiz Rosa Teles, da delegacia de Polícia Civil de Três Barras, após a necropsia, foi constatada morte por asfixia mecânica. Como o corpo foi encontrado no chão, a possibilidade de homicídio foi cogitada, mas, de acordo com Teles, as evidências indicam que houve, realmente, suicídio. ?O inquérito deverá sair em 30 dias aproximadamente, mas as evidências apontam que houve mesmo suicídio. Nesse período, pessoas do convívio do rapaz deverão ser ouvidas?, explica.
Pouco divulgados, os casos de suicídio tiveram um aumento progressivo no Brasil, principalmente na região sul.
ALTA INCIDÊNCIA
Segundo levantamento realizado pela Organização das Nações Unidas, o número de suicídios no mundo cresceu 60% nos últimos 45 anos. De acordo com a instituição, cerca de três mil pessoas se suicidam por dia e 60 mil tentam, mas não conseguem. Os índices do Brasil, no entanto, não preocupam a Organização Mundial de Saúde (OMS), porque estão abaixo da média mundial. Ainda assim, nos últimos dez anos, a incidência passou de 3,9 para 4,6 casos em grupos de 100 mil pessoas e a região sul, que já detinha um índice muito maior que o restante do País, aumentou ainda mais. Rio Grande do Sul é o primeiro colocado no número de ocorrências, cerca de 16 casos por ano para cada grupo de 100 mil pessoas. Santa Catarina, segundo colocado, tem aproximadamente 12 para a mesma proporção.
O problema, que passou a ser visto pelo Ministério da Saúde (MS) como de saúde pública desde 2005, é uma das três principais causas de mortes externas em jovens de 15 a 34 anos e pode ser tratado, desde que grupos de riscos sejam identificados. De acordo com o MS, na quase totalidade das ocorrências, há algum transtorno mental, como depressão, reações ao uso de drogas lícitas ou ilícitas, esquizofrenia ou transtornos de personalidade, que, somado a outros fatores, favorece o auto-extermínio.
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