Relatório da Brasil Telecom mostra que a irmã de Oscar recebeu ligação de um orelhão de Joinville poucos minutos antes do crime; distância de 2 km do local do crime pode inocentar o pedreiro

JOINVILLE ? A Brasil Telecom liberou esta semana o relatório de ligações feitas de um orelhão no bairro Iririú, em Joinville, na manhã do dia 3 de março, quando a menina Gabrielli Cristina Eichholz, de um ano e meio, teria sido violentada e morta no templo da Igreja Adventista do Sétimo Dia, distante dois quilômetros da padaria em frente da qual fica o orelhão.

O servente de pedreiro Oscar Gonçalves do Rosário teria ligado deste orelhão para o celular da irmã, que estava em Canoinhas, onde mora sua família. O relatório confirma que a irmã de Oscar recebeu uma ligação do orelhão às 9h22min do dia da morte da menina.

Como estava a dois quilômetros do local do crime, seria impossível que Oscar conseguisse chegar a pé na Igreja. Este percurso ocuparia pelo menos meia hora de seu tempo. Como Gabrielli deu entrada às 10h05min no hospital, o telefonema torna impossível ser Oscar o autor do crime.
Na quarta-feira, 6, no Fórum de Joinville, os promotores Germano Freitas e Fernanda Dutra tomaram os depoimentos de oito testemunhas convocadas pela defesa, entre elas os tios de Oscar, que conforme informou o CN na semana passada, dizem que o sobrinho estava dormindo em casa no momento do crime. Segundo a promotoria, o relatório da Brasil Telecom, não deve modificar o rumo dos trabalhos, uma vez que o documento não diz se foi Oscar o autor das ligações.
O relatório só deverá ser analisado quando os promotores cruzarem o horário da chamada com outras três informações: uma foto de Gabrielli viva, tirada por volta das 9h30min, o momento do sumiço, e a chegada ao hospital. Até lá, a promotoria acata a tese de que Oscar é o autor do crime que confessou.

 

MÉDICA POLEMIZA

Uma médica que não quis se identificar concedeu entrevista a RBS TV na quarta-feira, 6, e disse ter sido ela quem recebeu Gabrielli no hospital, na manhã do dia 3. De acordo com a médica, a menina não apresentava nenhum sinal de abuso sexual. Estranhamente, ela diz que não foi convocada para depor no inquérito.

A Polícia Civil de Joinville se nega a falar com a imprensa. Ainda na quarta-feira, parentes e amigos de Oscar, de Canoinhas, passaram a manhã em frente ao Fórum protestando contra a prisão ?injusta? de Oscar.