Versão da mulher era de que Hermann Theichmann teria reagido a um assalto
MAFRA ? Na noite de sábado, 14, Hermann Theichmann, 45 anos, conhecido como Macarrão, foi encontrado morto dentro de um carro, no quilômetro 138 da BR-280, entre Mafra e Canoinhas. O corpo foi localizado pela Polícia Rodoviária Federal.
Segundo sua mulher, Simeire Ferreira Galvão, 25 anos, que viajava com ele, Hermann teria sido morto depois de reagir a um assalto.
Simeire, casada há três meses com Hermann teria sofrido agressão dos assaltantes.
Segundo ela, o casal viajava em direção a Mafra, quando foi interceptado por uma caminhonete. Em seguida parou uma moto, com dois elementos armados. Todos os bandidos estavam encapuzados. Simeire dirigia o veículo. Os marginais vendaram e amarraram o casal, mas ela teria conseguido se soltar e procurado um.
restaurante nas margens da BR, pedindo ajuda.
Tudo mentira. Na quarta-feira, 18, em ação conjunta, as Polícias Civil e Militar de Mafra descobriram que o crime foi tramado pela própria Simeire e pelo amante Cláudio José Mozzer. A Polícia chegou a Cláudio depois de desconfiar do depoimento de Simeire. Ele foi chamado a depor na terça-feira, 17, e depois de muitas contradições acabou confessando ter assassinado Hermann. O motivo seria uma apólice de seguro pertencente a Hermann, da qual Simeire é beneficiária. Cláudio disse ainda que Simeire está esperando um filho dele. Eles teriam combinado o homicídio para ficarem juntos.
Depois de negar o crime, Simeire acabou confessando que locou o carro para Cláudio, mas afirmou que não planejava matar o marido, queria apenas acertar a separação e falar sobre o caso com Cláudio.
A chave para desvendar o crime estava em uma empresa de aluguel de carros de São Bento do Sul, onde na sexta-feira, 13, Simeire esteve com Cláudio para locar um automóvel que foi usado por Cláudio na noite de sábado para chegar a Mafra. Os comparsas e a vítima moravam em Rio Negrinho.
DETALHES
O crime, na verdade, não aconteceu conforme planejado.
Para convencer o marido a ir até Mafra, Simeire teria dito que a ele que sua chefe estava com o carro estragado, e precisava que eles fossem ao encontro dela para prestar socorro. Na estrada que dá acesso à localidade de Areias, em Mafra, o casal entrou e seguiu por quase dois quilômetros, até encontrar uma residência abandonada, onde no local, o amante os esperava para cometer o crime.
Ao perceber que se tratava de uma cilada, Hermann tentou reagir, mas levou um tiro na boca, e caiu inconsciente. Imaginando que o homem estaria morto, Simeire e Cláudio o colocaram no carro para que ela pudesse simular o assalto. Quando ela tentava sair do local, o veículo parou de funcionar. Neste instante, ela saiu do carro para buscar ajuda do amante, e Hermann despertou. Ele novamente tentou fugir, mas o carro continuou sem funcionar. O casal então percebeu que ele ainda estava vivo. Cláudio apanhou novamente a arma, e correu para evitar que o marido fugisse. Assim que o alcançou, distante cerca de 50 metros do local do primeiro tiro, a vítima foi tirada de dentro do carro e alvejada novamente no rosto, desta vez, próximo aos olhos.
Cláudio disse à polícia que depois do segundo tiro, saiu do local e, para simular o assalto, levou carteira com documentos e dinheiro, além de aparelhos celulares. Tudo foi jogado em matagais próximos, e parte foi recuperada pela polícia durante a reconstituição do crime. Falta apenas localizar a arma, que segundo Cláudio, foi jogada no rio. Bombeiros estão fazendo buscas no local indicado para tentar encontrar o revólver.
LIBERADA
No final da tarde de quarta-feira, 18, Simeire foi liberada pela policia por falta do mandado de prisão preventiva. Ela disse apenas, em seu depoimento, que não se lembra de muita coisa porque sofre de depressão profunda.
Hermann era funcionário da fábrica de cerâmicas Ceramarte, de Rio Negrinho.
No local foi periciado o veículo. O corpo foi encaminhado para o IML de Mafra e liberado para o sepultamento que ocorreu no domingo, 15, no Cemitério Jardim Parque da Colina.
Essa foi a terceira e derradeira tentativa de assassinar Hermann, empreendida pelos comparsas.
Deixe seu comentário