Médicos consideraram um milagre rapaz sobreviver depois de fraturar a coluna em um córrego do rio Negro
Edinei Wassoaski
TRÊS BARRAS
“Meu filho nasceu de novo”. Grata ao que considera um milagre divino, Maria Ivete dos Santos comemora a recuperação do filho, Ederson dos Santos, de 27 anos, que em 1.º de fevereiro deste ano fraturou duas vértebras da coluna ao bater a cabeça no fundo de um córrego, ligado ao rio Negro, em Três Barras. Ederson passou duas semanas no Hospital São José, em Jaraguá do Sul, com poucas chances de sobreviver. Na mais otimista das hipóteses, os médicos o confinavam a viver dependente de uma cadeira de rodas. “Ficamos desesperados, os médicos não davam nenhuma garantia”, conta Maria. Segundo explicou um dos médicos, antes da cirurgia, um simples inchaço empurraria a medula e mataria Ederson na hora. Correndo este risco, ele não poderia fazer a cirurgia, daí a agonia ter durado quase uma semana, quando, enfim, os médicos acharam seguro fazer a operação. “Só rezávamos para Deus, que ajudasse o meu filho”, recorda Maria.
Depois de uma cirurgia extraordinariamente bem sucedida, no entanto, veio a boa surpresa. Ederson voltaria a andar. Os médicos frisaram que o sucesso da operação poderia ser considerado um milagre. Hoje, Ederson anda apenas com um colete cervical, mas leva uma vida normal. Tímido, ele não quis falar para a reportagem, mas sua mãe contou todos os passos do drama pelo qual passou a família e o próprio Ederson que, segundo Maria, mudou bastante depois de “nascer de novo”. “A data de aniversário dele mudou, agora é 1.º de fevereiro”, brinca Maria se referindo a data do acidente.
ACIDENTES COMUNS
Ederson é exceção a regra quando o assunto são acidentes provocados por mergulhos mal sucedidos. Somente neste verão, desde novembro, três pessoas morreram nos rios Negro e Canoinhas, que circundam a região. A maioria dos acidentes se dá em situações como a de Ederson. Para se refrescar e festejar com amigos, geralmente jovens e adolescentes vão banhar-se nos rios. Sem noção de profundidade e perigo, acabam se afogando ou batendo em pedras ao mergulhar. Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Três Barras, Aristeu Cavalheiro, apesar dos alertas, todo o verão ao menos uma morte é registrada somente no rio Negro. Ano passado, visando facilitar o socorro, os bombeiros instalaram uma bóia próximo da ponte que liga os distritos de São Cristóvão (Três Barras) e Marcílio Dias (Canoinhas). A bóia resistiu nove meses presa ao suporte instalado pelos bombeiros. “É uma pena, talvez instalemos outra bóia, vamos estudar”, diz Cavalheiro, ainda na dúvida se a bóia caiu no rio e foi levada pela água ou foi furtada.
CALOR AUMENTA RISCOS
A estação meteorológica de Major Vieira registrou esta semana a maior temperatura do ano. O calor chegou a 31,8º na sombra na quarta-feira, 4. Segundo a Epagri, a sensação térmica no sol chegou a 45º.
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